quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Talvez sonhos sejam realidades

1988, 1989, 1990... 2009... 2010... Tantos anos se passaram, talvez eu não seja mais aquele que falou palavras de amor ao teu ouvido. Nesse instante uma criança puxa minha perna e por pouco não se agarra ao notebook, que quando vim ao mundo ainda não existia. A criança não é meu filho, é meu sobrinho e também o único paranaense da família.
De onde estou sentado vejo meu pai sorrindo diante a TV, enquanto a criança engatinha pela sala do apartamento do seu filho mais velho, tão longe de São Paulo. Simplicidade, calma e a serenidade de um homem trabalhador que goza discretamente de sua aposentadoria. Um luxo que sugere tédio.
Talvez por uma abusada pretensão minha, vejo um difícil ano fechando seu ciclo. Isso já não me impressiona mais. De uns dez anos para cá, sinto a década voando em direção a um lugar que pouco conheço, mas que me supreende a cada dia, a cada tropeço e a cada sucesso.
Esse ano o Pitta e o Michael Jackson morreram. Nunca gostei do Pitta e nem fui fã de Jackson, porém eles eram imortais para uma criança como eu era. Pitta era a solução e a decepção mais eminente que já tinha acontecido na "minha política", pois era o negro inédito no governo e a corrupção triste públicada na mídia. Como alguém que estava nos jornais dia e noite poderia morrer? Sobre Michael, o sentimento é quase unânime. Reis não morrem.
Para o mundo esse foi o que houve no ano, para mim será sempre o ano em que o meu sobrinho nasceu. Que pedi demissão. Que arranjei um novo emprego. Terminei um namoro. Parei de tocar na paróquia. Que vi amigos irem embora. Que terminei uma banda e retomei outra. O ano em que voltei a sonhar. Que passei mais um semestre universitário. O ano do show do Angra e Rosa de Saron. Das brigas e dos beijos. De alguns medos e decepções. Do amadurecimento.
O ano em que escrevi este texto e das reflexões madrugada adentro.Talvez seja muito ou muito pouco, mas para mim será sempre a página de uma vida de sucesso, de paz, amor e de vitórias.
Talvez 2010 seja o nosso ano.
Feliz Ano Novo!
Amém!
Para uma última reflexão...
Monte Inverno
Composição: Eduardo Faro / Guilherme de Sá
Ouço a voz do vento a chamar pelo meu nome
E creio estar sentido a Sua presença
A minha volta
Olhei pra trás e vi meus antigos sonhos
E até chorei, e hoje sinto saudades do que falei
Lamento demais a sua falta.
Eu quero ver o sol atrás do monte
Eu quero ver o brilho que ele traz
Eu quero ouvir de novo a Sua voz!
Eu mudei, nem sinto, nem vejo as coisas como via antes
Meus amigos cresceram, mudaram, ficaram distantes
Perdoe meu choro, é sincero
Mas digo sim, que mesmo confuso, perdido
Esperas por mim
Os meus olhos fechados Te enxergam bem perto de mim
Espero Te ver nesse inverno.
Eu quero ver o sol atrás do monte
Eu quero ver o brilho que ele traz
Eu quero ouvir de novo a Sua voz!
Marcos Ferreira Silva

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pearl Jam em boa forma

Pearl Jam - Clipe oficial de The Fixer
Com quase vinte anos de estrada, a clássica banda de Seatle mantém uma carreira estável e o sucesso entre fãs de várias idades. As músicas não explodem na boca dos jovens como faziam as clássicas canções dos anos 90; Black, Alive, Once, Jeremy e Daughter, pelo menos no Brasil, mas o grupo ainda mantém estilo e força nos palcos e nas paradas de sucesso.
Com o fim de bandas de sua mesma origem musical – Nirvana, Soundgarden, Mother Love Bone e mudanças radicais como as que ocorreram com o Alice in Chains, eles e o Mudhoney são raros expoentes do movimento que criaram na década passada: o Grunge.
A banda nunca chegou a viver uma crise, sempre se mantendo na ativa, porém não tinham mais o estase do início, mas continuaram lotando estádios ao redor do mundo até que um triste ocorrido atingiu a banda quando oito espectadores morreram pisoteados e mais de 20 ficaram feridos durante um concerto no festival de Roskilde, em Copenhague (Dinamarca), em 30 de maio de 2000, onde participavam mais de 90 mil espectadores.
Depois da tragédia, a banda limitou suas apresentações a um público de 40.000 pessoas, número facilmente atingido.
Esses números não foram diferentes nas apresentações no Brasil, em novembro de 2005.
Em 2010, o Brasil aguarda uma possível vinda do Pearl Jam, enquanto seus fãs curtem as músicas do disco Backspacer, lançado em setembro de 2009, seu nono álbum de originais, que alcançou o 1º lugar na Billboard Top 200, vendendo aproximadamente 175 mil cópias na primeira semana de vendas, com o destaque para o single The Fixer, que mostra a boa forma da banda que encanta os fãs nos quatro cantos do mundo.
Marcos Ferreira Silva

domingo, 27 de dezembro de 2009

Os intocáveis

Uma produção à parte de Brian de Palma pode ser clichê, mas ainda vale ser conferida.
Muito criticado e premiado, Os intocáveis é um clássico. Lembrado pela cena do carrinho de bebê descendo as escadas em meio a um tiroteio – A cena mais famosa do filme foi baseada no clássico de 1925, Encouraçado Potemkin.
Sean Connery e Robert De Niro dão um show a parte.

Elenco principal
Robert De Niro .... Al Capone
Kevin Costner .... Eliot Ness
Sean Connery .... Jim Malone
Charles Martin Smith .... Oscar Wallace
Andy Garcia .... George Stone




Marcos Ferreira Silva

Campanha de doação para reformar Cristo Redentor

Fonte UOL - www.uol.com.br
A Igreja Católica lançou uma campanha de recolha de fundos para restaurar a estátua do Cristo Redentor, um dos ícones do país e que necessita de obras de recuperação no valor de US$ 3,9 milhões.
A campanha "Eu sou Cristo" busca que cada pessoa dê um donativo de R$ 7 e vai acontecer nas 252 paróquias de São Sebastião, no estado do Rio de Janeiro. Por ano cerca de dois milhões de turistas visitam a estátua de Cristo Redentor, na cidade do Rio de Janeiro, uma das novas maravilhas do Mundo.
"A estátua foi construída nos anos 1920 com donativos dos cristãos e por isso voltamos a apelar às pessoas para que esta se mantenha e possa ser restaurada", afirmou o padre Omar Raposo, diretor do Santuário Cristo Redentor. Existe um desgaste na estrutura da estátua, situada a 710 metros de altitude, provocado pelo sol e pela chuva que necessita de ser reparado.
A colocação no percurso até à estátua de setas em várias línguas está também incluída na reforma. O padre lembrou que o número de turistas vai aumentar quando o Rio de Janeiro for a sede da Copa do Mundo em 2014 e dos jogos Olímpicos em 2016.
Cristo Redentor - Rio de Janeiro

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dica musical: Rosa de Saron

Já faz um tempo que penso em fazer uma homenagem a esta banda tão amada por uns, odiadas por outros e simplesmente desconhecidas para alguns.
O Rosa de Saron foi criado em 1988 e é intitulado como uma pioneira banda de Rock Católica, para alguns um grupo gospel, independente da religião. Esse é um problema para certos desavisados ou munidos de preconceito, pois os “rosarianos” fazem músicas que trabalham a metáfora para falar de boas experiências cristãs. O termo forte vai além do que muitos pensam. Preconceituosamente já acham que vão ouvir Pe Marcelo ou RR Soares.
Com todo o respeito aos nomes citados, o Rosa de Saron propõe uma reflexão sobre as coisas da vida. Letras confortantes e criativas, que nos empolgam a levar uma vida diferente.
Isso pode parecer uma experiência radical ou religiosa demais, porém estamos falando de música e arte. Elementos que causam confusão e levam conservadores a falar que se trata de uma banda que ‘explora o nome de Deus’.
Depois de algumas alterações em sua formação, o Rosa completa 22 anos e lança um novo disco o primeiro produzido pela Som Livre, que se encantou com a produção do acústico ao vivo (codimuc), que não perde nada para nenhum acústico Mtv, em termos de imagem, som e palco.
Rosa de Saron fala de amor e ponto. Amor, criatividade e rock, para alguns uma mistura inviável.
Vale conferir!
Muitos choram: Clipe retirado do álbum acústico ao vivo Rosa de Saron
A banda conta que certa vez receberam um e-mail de uma garota que 'zapeava' os canais da tv enquanto esperava que seus pais dormissem para tomar um vidro de remédio e se matar. Em um dos canais ela teria visto a banda tocando essa música e desistido do ato suicida.

Formação atual

Guilherme de Sá (conhecido também como Gui) = voz e violão
Eduardo Faro (conhecido também como Du Faro) = Violão, guitarra, violoncelo e bandolim
Welington Greve (conhecido também como Grevão) = bateria e cajon
Rogério Feltrin (conhecido também como Lerão) = baixo, baixolão e principal responsável pelas pregações durante os shows da banda
Músicos convidados
Gustavo Leite (teclados)
Dakota (Violão)
Discografia
1995 - Diante da Cruz - 10.000 vendidos
1997 - Angústia Suprema - 20.000 vendidos
1999 - Olhando de Frente (Single)
2002 - Depois do Inverno - 50.000 vendidos
2005 - Casa dos Espelhos - 50.000 vendidos
2007 - Rosa de Saron Acústico - 70.000 vendidos
2008 - Acústico e ao Vivo (CD e DVD) - 500.000 vendidos (até o momento)
2009 - Horizonte Distante (CD) 2009
Livros
2008 - "Rock, Fé e Poesia - 20 anos do Rosa de Saron narrados através de suas músicas
Prêmios
2008 - Troféu Louvemos o Senhor
Melhor Banda
Melhor Cantor (Guilherme de Sá)
Melhor Canção (Rara Calma)
Marcos Ferreira Silva

Todo fim de ano é igual

Início de Dezembro:
_Gente, agora começa a correria...
Ouvia meu colega de trabalho tagarelando no começo de Dezembro. Olhei para ele e falei que isso ia dar em uma crônica. Eu sempre procuro cumprir minhas promessas.
Uma coisa que é típica no fim de ano, além da questão fim de ano ou final de ano – desculpe se estou errado, minhas professoras ensinaram mais de mil vezes, mas não lembro – são as compras. Chega o décimo terceiro, bônus da empresa, misturado com a obrigação do amigo secreto da empresa / família e a pontual amnésia que faz todos esquecerem que há IPTU e IPVA em janeiro, saindo numa corrida ensandecida atrás do presente para o amigo, mãe, tia, chefe, do cachorro e dele próprio, lotando as lojas dos shoppings, abertos 32 horas diretas, da feirinha da madrugada, da 25 de Março.
Não sou santo, nem sensato a ponto de me esquivar desse mal. Resolvi comprar uma churrasqueira elétrica. E lá fomos nós. Acompanhado de meus pais (não cometa esse erro, pais não são as pessoas mais recomendáveis para estes programas), fui atrás da “bendita” churrasqueira. 40 minutos para estacionar, 42 minutos na fila do caixa, mais 10 para retirar o pacote, mais 4 horas para as outras duas compras feitas fora dos planos – idéia dos seus pais. Resultado: um dia perdido e suado, mas ainda feito em tempo recorde.
Dias 25 e 31 de Dezembro todos se amam. Um show de harmonia ou falta de memória.
Se fosse somente as lojas lotadas seria até divertido, pelo menos para os lojistas, mas ainda tem a ceia, o amigo secreto (esse merece uma crônica à parte) e a viagem.
Viagens são sensacionais. Um calor medonho, ninguém sabe onde está a toalha. Criança chorando (no natal), amigos bêbados também chorando (no reveillon).
Sem contar o transito parado em 100 das 100 estradas nacionais e a eterna espera nas rodoviárias e aeroportos. Isso quando não perdemos o embarque de ficarmos presos no trânsito e corrermos mais que os atletas da São Silvestre, com mais malas do que se fossemos voltar só depois das olimpíadas de 2016.
Mas pergunta se alguém quer ficar em casa?
Marcos Ferreira Silva

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Os gênios não passam uma boa fase

Vídeo extraído do Fantástico da Rede Globo - 20/12/2009
Fui pego de surpresa neste domingo; o cineasta Fábio Barreto estava entre a vida e a morte. Tomado de assalto, comecei a vasculhar sites atrás de notícias sobre seu estado de saúde e todos diziam o que não gostamos de ouvir (ler): Coma induzido... Estado gravíssimo... ainda corre risco.
Lamentei, pois simpatizo por sua figura e acredito no talento, diga-se de passagem familiar, que este Barreto carrega.
Antes mesmo do filme mais caro da história ser lançado, seu criador nos deixa a dúvida se o teremos entre os espectadores.
Põe cateter aqui, perfura ali, opera acolá.
É triste ver qualquer um assim. E quando se trata de uma pessoa pública o país, em alguns casos o mundo, para pra ver e você encontra o povo falando pelas ruas, elevadores e ônibus da cidade: Menina, você viu aquele homem do cinema ta ruim.... Acho que não agüenta não... Quem é ele mesmo? Só vi no Jornal... Ele fez o filme do Lula...
Parece que em certas épocas os artistas vão se expirando ou sofrendo mais. Claro que isso é impressão, pois seguindo o trágico ciclo da vida, pessoas nascem e morrem o tempo inteiro, mas algumas vezes isso nos pega de surpresa. Paralelo a esse fato, a bela atriz Britany Murphy nos deixou inesperadamente. Como rir com Recém Casados agora? Lá se foi ela... Linda. Morta aos 32 anos.
Morre Leila Lopes. 50 anos: sucesso e decadência. Adeus a Lombardi... Tchau Michael...
Mario Bortolotto se recupera lentamente. Massa volta a correr... Dinho Ouro Preto volta pra casa.
Mas 'a vida é um sopro' e primeiro Oscar da lista Google faz 102 anos...
Parabéns Niemeyer
Marcos Ferreira Silva

domingo, 13 de dezembro de 2009

São Paulo cinza

São Paulo vista do Terraço Itália
Há alguns dias uma espécie de sentimento patriótico me tomou. Acho que pelas incursões do Brasil como a Copa 2014 e do belo (lamentavelmente, violento) Rio de Janeiro nas Olimpíadas 2016.
Ainda que um pouco distante, mas ansiosamente aguardando por boa parte da população e temida por outra, são grandes acontecimentos, não se pode negar.
Sentindo-me sensato, também temo que a onda – eterna – de corrupção estrague a festa ou foque isso e aquilo e pra variar esqueçam nossas escolas, policias, hospitais e tantas outras responsabilidades.
Mas essa é outra história. O que tem me encantado é um lugar tão normal para mim; São Paulo.
Com o propósito de realizarmos um trabalho universitário, eu e mais 3 amigos saímos pelas ruas da metrópole afim de acharmos boas paisagens para fotografar. O resultado foi mais de 200 fotos para escolher só dez. Ficaram 12 e um sentimento de que morava numa cidade sensacional e linda.
Talvez apta para uma copa, mas precisa melhorar. Contudo, o Centro Velho, nosso foco, e suas ricas histórias, que nós paulistanos correndo atrasados diariamente não reparamos.
Para finalizar voltei com outro amigo para fazermos novas fotos e vi-me boquiaberto fotografando a Sé e o Martinelli. Curiosamente as pessoas passavam olhando como se fossemos turistas encantados com o novo ou pobres loucos encantados com o velho.
Como só escolhemos doze imagens, resolvi trazer em alguns posts um pouco dessa história e reparti-las em imagens e textos durante alguns dias.
Até mais...
Marcos Ferreira Silva

sábado, 12 de dezembro de 2009


Da esquerda para a direita: Praça da República, esquina com a Rua 7 de Abril e Praça da Sé (Rosa dos Ventos)

Da esquerda para a direita: Grafites na Rua do Ouvidor, Edifício Martinelli e o Céu sobre o Mosteiro de São Bento

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A humanidade vive ridículos colapsos


Pensemos por um instante. Reflita. O que gera a guerra? Pense mais um pouco. É tão ridículo não é?
O fato de podermos enxergar que o mau humor de Bush e as insanidades de Saddam e Bin Ladem mataram milhares de pessoas ao redor do planeta é abominável, simplesmente inaceitável.
Pensar que durante décadas o homem moderno lutou por sua liberdade, pelo direito de coçar o saco diante de um televisor aos domingos sem que ninguém o torrasse a paciência. De fato, ganhamos apenas o direito de permanecermos calados.
A liberdade poderia ser apenas tratada como um grande fenômeno psíquico, que apenas invade a mente de quase cem por cento dos habitantes deste planeta de tamanho mediano.
Quem sabe em um futuro perfeito essa palavra seja definitivamente excluída dos dicionários, assim poderíamos viver em paz. Isso seria uma liberdade bem vantajosa.
Não sou um relutante dos direitos de ir e vir, mas diariamente vejo que a enfurecida caçada por liberdade leva o homem a achar que pode tornar o mundo um passatempo. Hoje você pode parar ao lado de quem bem quiser e gritar em seu ouvido o que bem entender.
A guerra no Iraque é uma prova que não importa o que quase todos no universo pensem a respeito de fuzilar civis, as decisões são tomadas sob efeito da veia livre do senhor chefe de estado.
A liberdade não é ruim, o ruim é esta insanidade que segue o coração de todos. Para te dar um raio de sol tem de se trancar bem a sua cela. Para que a liberdade de quem está a sua direita comece, é necessário que a de quem está a sua esquerda seja esquecida.
O homem se trancou nas suas próprias verdades. Quando alguns parafusos começaram a soltar-se de sua cabeça, e de tão edivados que estavam não era mais possível recolocar-se, iniciou a nossa volta um paraíso de falsas verdades, o que penso é o que prevalece, então; vamos atirar no primeiro ministro, praticar sexo a céu aberto, jogar boings sobre prédios de cento e dez andares.
_Mas porra! Eu acho que esse cara é um babaca e ta enchendo a cabeça de todo mundo com uma porção de mentiras. Quer saber, basta! Vamos prendê-lo naquela cruz de madeira. Ele não é carpinteiro? Vai morrer estacado sobre uma que talvez poderia ser sua obra. MULHER! Cata aqueles espinhos lá fora. Vamos fazer uma coroa para o Rei. É assim que eu penso, é assim que vou fazer.
Depois, alguém uns dois mil anos seguintes invocou com uns dos caras que livremente não concordava com o sujeito do fato anterior, e dentro de sua imaginaria razão montou alguns carros bombas, e acionando o botão vermelho, levou o bar Café para o espaço.
Quem sabe se a liberdade fosse um pouco menos punhalada no cérebro da gente, e se o homem pudesse enxergar um pouco menos adiante, apenas olha-se para si próprio, veria que também deve haver momentos para se pisar no freio, e que não conta apenas eu mesmo, mas você também.
Então chega de filosofar, pois o que a minha liberdade quer é apenas tentar acalmar os ânimos dessa loucura, mas não deve adiantar muito. É isso o que eu penso.

Marcos Ferreira Silva

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Autoramas libera CD acústico para download gratuito


Confira a lista de músicas de “MTV Apresenta Autoramas Desplugado” e o link para baixá-lo gratuitamente por tempo limitado no site da Trama Virtual:

1. Gente Boa
2. Rei da Implicância
3. Hotel CErvantes
4. Muito Mais
5. Samba-rock do Bacalhau
6. I Saw You Saying
7. Sonhador
8. A História da Vida de Cada Um
9. Copersucar
10. Música de Amor
11. Galera do Fundão
12. A 300 Km/h
13. Jogos Olímpicos
14. Eu Vou Vivendo
15. Eu Mereço

domingo, 22 de novembro de 2009

Dicas musicais: AUTORAMAS – desplugado

A banda carioca Autoramas está lançando o CD e DVD MTV Apresenta Autoramas desplugado. O único programa da série no formato acústico. O resultado sonoro é legal para quem gosta de bandas 
de Rock mais cruas da metade anos 90 e começo dos anos 2000, como Raimundos, Bidê ou Balde, Tihuana, Detonautas, Cachorro Grande, entre outras.
Sem instrumentos complicados, mas nem por isso com um som menos sofisticado, a banda ficou livre para fazer releituras de suas músicas no formato power trio e passear pelo blues, como em “A 300 km/h”, com a participação especial de Big Gilson e sua guitarra slide modelo Gilsonator, pelo flamenco, como em “Hotel Cervantes”, que, além das palhetadas afiadas de Gabriel, ainda tem a participação da Mulher Misteriosa Jane DeLucnas nas castanholas e de Humberto Barros no acordeão, e pelo rock mais romântico como em “Música de Amor”, com participação de Érika Martins, co-autorada música. Outra balada que chama atenção é a música “Sonhador (vida Real)” que ganha ainda mais força e melodia na voz de Frejat.
(Fonte: www.mundo47.com)
O DVD também faz bem aos olhos, pois além da boa produção dos cenários MTV, tem a bela Flavia Couri tocando seu baixolão e apoiando nos vocais (meio anos 60).
Marcos Ferreira Silva

Tudo virou EMO

Algo andou povoando os meus ouvidos nos últimos dias; as velhas canções do Raimundos como as sacanas Selim e I Saw You Saying. Descobri que esta segunda era uma parceria com Gabriel, vocal e guitarra do Autoramas. Bateu uma nostalgia, muito comum para mim. Skank antigo, Legião hoje e sempre, Titãs e sua sonífera Ilha. De quebra um especial do Cazuza resgatou meus bons CDs (atuais raridades por causa do mp3) e DVDs.
Ao ligar a TV me deparo com os meninos do NX Zero. Nada contra os garotos, até incluo uma ou duas de suas canções no meu moderníssimo IPOD, mas o problema é que no atual cenário Rock brasileiro, pouco vemos além deles e de bandas similares como o Fresno, que tem lá seu talento e encantam a “mulekada” dessa geração.
Os mais antigos viram-se para o rádio e a TV e proclamam que não se fazem mais músicas boas. É uma pena. Tudo virou EMO.
Sou um possível expoente da atual música. Com minha banda tocamos clássicos e músicas de sucesso. Anos 70, 80, 90 e 2000. Usamos roupa preta por puro charme. Mas os EMOs estão tão em evidência que vez ou outra nos intitulam assim. Injustiça ilógica. Claro. Muitas músicas que tocamos são da época que nada disso existia, mas se fala de amor é EMO e ponto.
Lembrei de um colega que gostava de HardCore, quando o Dead Fish e CPM22 estavam no topo em 2003. Muito conservador, ouvia o HardCore original, americano, apreciava um bom Punk “Podre”. Mesmo assim o chamavam de EMO quando o encontravam lendo um romance por detrás de um boné quadriculado, camisão e um Al star. Como resposta, ele tratava de chamar todos de idiotas e falar: Vocês só me chamam de EMO porque leio um romance. EMO é emotivo, emotion? Então Roberto Carlos, Zezé di Camargo & Luciano, Amado Batista e até os Beatles com suas “Micheles” (I love you, I love you, I love you. That’s all I want to say. Until I find a way. I'll say the only words I know that you'll understand) são EMOs. Legião nem se fala.
Ouço uma banda católica chamada Rosa de Saron. Ela é uma banda de Rock, com letras inteligentes e interessantes, mas mesmo sendo católica não usa a religião a ferro e fogo em suas canções, usam as metáforas e sabem empolgar e emocionar. Tem uns vinte anos de estrada, já foram considerados Metal e até no Guinnes book entraram como primeira banda de Rock católico do Mundo. Empolgado, comentei esse assunto com um amigo meu:
(dialogo ilustrativo)
_Pô, legal o sucesso deles.
_É, eles agora estão com pegada EMO...
_??????????
Santo EMO metal do Angra!!!
Bem. Eu vou indo, hoje vou ver se descolo uma balda EMO, talvez um Creedence.
Ah, aqueles Ramones também são EMOS. Aquelas jaquetinhas e calças de couro não me enganam.
O João Gordo também é.
Sir Paul McCartney e sua franja Emo
Marcos Ferreira Silva

Sentimentalmente


Foto de Rodney Takata
Simone havia chorado tanto que já não sabia medir o quanto sofrera, não sabia mais se ainda restara alguma lágrima a ser derramada. Primeiro perdera seu pai, meses depois o irmão e dias que sucederam também o filho recém nascido. No enterro, ela desesperou-se questionando se havia justiça no mundo. E, num tom revolto, ela gemia; Pai, por que me abandonastes? Você existe? Você é justo?
Rodrigo ligou para seu velho emprego pela enésima vez, prometendo rever os antigos colegas. Visita qual tornaria a descumprir. Até quando duraria aquela dor? Nada mais era suficiente para sugar sua concentração. Seu pai passava horas do dia, tão longo, a contar as flores no jardim. Seu irmão capotara o carro uma semana antes de sua mãe partir e agora estava plantado a uma injusta e incrédula cadeira de rodas. Sua mãe... ah sua mãe! Ela nunca mais fecharia a porta do seu quarto e o cobriria do relento em noite fria. Nunca mais ele voltaria a comer como antes. Tinha emagrecido involuntariamente mais de vinte quilos. Lasanhas não tinham mais sabor. Nunca mais teriam. Ajeitou a jaqueta preta por cima das vestimentas sociais e partiu. Ergueria a cabeça. Mas como?
Júlia estava cansada daquele emprego medíocre, aquele salário ridículo e aquelas pessoas hipócritas. Trabalhara até as dez da noite sem nada pedir, apenas entregava seu suor de bom grado. Em retorno ao esforço exemplar, ouvia reclamações e perguntas ilógicas. Estava completando um ano que seu grande amor havia arrumado as malas e dito, inesperadamente, que não dava mais, que estava tudo acabado. Apenas um dia atrás seu sobrinho, ainda no ventre, havia sido impedido de conhecer este mundo de lágrimas. O que parecia importante para as pessoas à sua volta, para ela, nada valia.
Michel desistira de se entender. Estava exausto com as condições que a vida o impunha para crescer. O trabalho era sacrificante, o dinheiro era mínimo e os sonhos quase inalcançáveis. Começara a se endividar sem perceber, vítima de má fé, de pessoas más. Um pânico tomou seu coração e desabou drasticamente aos olhos de quem não poderia jamais ver aquilo. E entre flashes de uma vida tão rica, tão bela e algumas vezes tão vazia, ele a via em relances. Passado quase sete anos e ele ainda sonhava com ela. Em sua mente tudo seria diferente se ela não tivesse mudado os planos, não fosse, simplesmente, desistir de ser feliz ao seu lado. Para ela quatro meses. Para ele a vida toda.
Eliane também exalava preocupação com o amanhã. Estava enojada de seus afazeres naquela empresinha. Estava tão feliz com sua universidade. Iria cursar o que sempre sonhara. Estava em êxtase, mas tudo isso não apagava a dor que sentia ao saber que o amor que acalentava seu coração só lhe fazia iludir. Subir ao céu e cair. Não queria ser a outra, isso não. E só Deus sabia o quanto se arrependia de ter largado sua terra natal para morar num canto desconhecido com seus tios, acompanhada de brigas e futilidades.
Maria não suportava ser tão forte. Cuidar de si própria era fácil, difícil era segurar a barra de ver sua jovem filha doente, ora bem, ora não. Posar de mãe para vizinhos, amigos e parentes era coisa mais complicada. Os oito anos com a responsabilidade de uma chefia no trabalho começavam a pesar. Quantos maldizeres e mesquinharias. Alguns hábitos tão abomináveis eram tomados por ela sem perceber, e quando fazia exames de consciência já não se reconhecia. Ser forte para ver o irmão morrer injustamente assassinado. Para ver a mãe partir agoniada em uma doença tão cruel que não queria nem lembrar. O marido traidor e mau caráter que lhe abandonara numa tarde de domingo em pleno veraneio. E como é amargoso, até hoje, lembrar da sua outra filha morrendo em meio a uma brincadeira de criança. Achava que não ia suportar tudo aquilo, mas estava suportando.
E como ainda não cremos que o mundo sacode para todos os lados? Como ainda não descobrimos que a vida nunca vai ser fácil? Espero o dia em que entenderemos que somos, sentimentalmente, iguais.
Marcos Ferreira Silva

domingo, 15 de novembro de 2009

O apagão da Dilma

Há alguns dias o Brasil sofreu um apagão de proporções inimagináveis. Algo do tipo Independence Day tupiniquim da vida real.
Cheguei mais cedo em casa naquele dia. Parecia um milagre; eu chegando cedo e indo direto para o banho. Acho que meu inconsciente estava adivinhando o que estava por vir. Logo ao sair daquela agradável ducha, me dei de cara com nada (não era possível ver um palmo à frente do nariz).
Fiquei pensando naqueles que estavam nas estações e pontos de ônibus, voltando do trabalho e da faculdade, preso nos trens e elevadores da maior cidade da América Latina.
Fiquei admirado quando, da janela, notei que o breu tomava tudo que os olhos (não) conseguiam ver.
Na sede da informação, resgatei o radinho de pilhas de minha mãe e comecei ouvir as notícias que passavam informações de um apagão nacional. Até então ninguém se manifestava. José Serra devia estar tomando sua sopa e se preparando para acessar o Twitter madruga adentro, enquanto tudo acontecia.
CBN, BandNews e Jovem Pan estavam em êxtase cobrindo o caos. Milton Neves dramatizava os fatos enquanto se aproximava de uma Alphaville às escuras. Outros repórteres mandavam informações via celulares de calçadas, coberturas, janelas das salas e de todo lugar imaginável que tivesse imerso nas trevas.
Enfim, tratava-se de um blecaute gigante para martirizar Dilma Roussef , ex-ministra das Minas e energias, e que há duas semanas havia declarado num programa de rádio que o Brasil não corria riscos de um apagão.
Para o Brasil, as coisas andavam boas. Crise financeira mundial sem agravantes, Copa do Mundo, Olimpíadas no Rio e Pré-Sal. Até que, de repente, o Brasil vira de ponta-cabeça. A cidade maravilhosa das Olimpíadas tem sua guerra civil escancarada de vez, com direito a um vergonhoso abatimento de helicóptero militar por “trombadinhas” melhores armados que os da guerra do Iraque. Agora um apagão nacional. Tudo devorado pelo El país, Clarín, Times, The New York times, que começam a questionar o Brasil como sede de grandes eventos esportivos.
A oposição parece que não terá muito trabalho para atrapalhar a candidatura da senhora Dilma. Mesmo com o apoio político do presidente Lula, que parece passar por mais essa crise assoviando com seus altos índices de aprovação, Dilma vê-se num misto de acontecimentos que querem derrubar Lula e o Brasil, mas a única que cai é ela.
Observação: O Lula ainda é o político mais popular da terra, mas a Dilma não é a candidata mais popular, nem de longe.
Marcos Ferreira Silva

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A última página de um livro


Dia 2 de novembro... Finados. Não é uma data alegre, mas vale uma singela homenagem para alguém especial. Peço que leiam, são palavras para o coração.
Desculpe o tamanho do texto, mas esta homenagem não poderia ser resumida em 10 linhas... 
* de um dia muito especial
+ 10/06/2008
(Homenagem à Laura Nienwenhoff Matos - Laulau)
"A nossa vida é igual a um livro" – ouvi isso numa entrevista feita com, se não me engano, o Paulo Autran, e nunca tive como discordar.
Vivemos os momentos iniciais, transcorremos todo o livro com momentos tanto triunfais quanto catastróficos e finalizamos a história - felizes, tristes, decepcionados ou com aquele sorriso bobo no rosto, esperando que todas as sucessoras leituras sejam tão magníficas quanto à que acaba de terminar. Tem também aquela que termina com uma simples satisfação, porém, queira ou não queira, sabemos que esqueceremos em breve. Não marcou.
Nossa vida pode ser mística como um enredo de Paulo Coelho, louca e quase sem sentido como as magníficas histórias de André Vianco, misteriosa igual um triller de Sidney Sheldon ou lindas como as emocionadas páginas marcadas por Zélia Gatai e Jorge Amado.
Porém a última página de um livro é definitivamente a mais difícil. É quando todo aquele ciclo é fechado e você lê “Fim” ou “The End”, como última palavra depois de todo aquele emaranhado de letras.
Algumas vezes achamos que o fim chegou na hora errada. Tarde ou cedo demais. Outras vezes lamentamos, mas não deixamos de contemplar e aplaudir aquela saga magnífica. Ficamos num misto de lamentação e satisfação, paradoxal demais para ser realmente entendido. Em algumas situações, simplesmente não aceitamos isso o que chamam de fim... E é esta a parte que dói mais...
A nossa vida é exatamente assim.
No último dez de junho, era uma terça-feira ensolarada, fazia frio e, contudo, o sol brilhava misteriosamente. O fatídico ano era dois mil e oito. A casa ao lado da minha estava lotada de pessoas. Amigos, vizinhos, amigos de parentes e parentes de vizinhos enchiam a residência de penar. Um abraço aqui, uma lágrima acolá e um pranto dolorido no primeiro quarto do corredor.
Quem estava feliz ficou triste. Quem não se importava se importou. Havia um sentimento que desejava mudar aquela cena que parecia um drama cinematográfico, mas não éramos o autor do roteiro, então não nos cabia interferir no encerramento daquele enredo. Quem deu fim à trama não nos consultou para saber se queríamos ou não aquele desfecho. Não éramos seu público-alvo.
A cadela deitada ao lado da cama de seu dono tinha os olhos tristes, sentia que uma vida havia se expirado naquela manhã.
Doía no coração de quem presenciou o desenrolar daquele romance, para todos que visitavam aquela casinha que em alguns momentos parecia meio encantada, com comigo-ninguém-pode no canto da parede, samambaias penduradas no teto e violetas na janela... Pedrinhas coloridas abrilhantavam a estante em mogno, como uma estradinha em contos de fada. Sucumbia-se o coração de quem parava para ver, no porta-retrato, a foto em branco e preto do falecido marido. Nela, o chefe da família falava em um rádio. Parecia um padroeiro vigiando de longe tudo o que acontecia, fazendo do pequeno quadro uma imagem que montava companhia às demais molduras com Santos espalhadas pela sala.
Laura Nienwenhoff havia partido e todos lamentavam. Alguns seguravam o choro, tentavam se preocupar com enterro e velório. Datas e horas. Tudo tipicamente humano... Hora pra tudo.
O Espelho de formato oval continuava no mesmo lugar, como nos últimos vinte e cinco anos.
Os dedos estalavam e as lágrimas desciam. Uns rezavam, outros continham o pranto, alguns nem pensavam.
A temperatura baixa era abatida com o sol que cortava o ar e esquentava o corpo e o coração de quem estava na sacada.
O livro finalmente se fechara. A derradeira página estava escrita, infelizmente editada e lançada a todos...
[...] Laura caminhava assustada, aflita. Percorria um caminho bonito. O céu estava claro. Parecia que a paisagem viajava do mar ao infinito azul do céu, envolto de uma neblina incrivelmente agradável. Não fazia frio nem calor. Procurou um relógio para saber das horas ou uma placa que indicasse onde estava, mas não achou nada. A única coisa que lembrava é de ter visto um monte de médicos ao seu redor e depois agarrado num sono profundo. Finalmente, depois de meses, tinha tido um sono tranquilo, sem dores nem falta de ar. Agora, do nada, via-se caminhando sem saber para onde. Sorriu porque mesmo não sabendo que lugar era aquele, ao menos não estava deitada em uma cama de hospital.
Teria fugido? – perguntou intimamente – Oras, se tivesse fugido como uma sonâmbula, o inconsciente tinha sido feliz na decisão.
Continuou andando até que viu damas da noite nascendo rasteira ao lado da estradinha. Agachou-se para contemplar a plantinha. Os joelhos e a coluna não doeram com o movimento. Ao esticar o braço para tocá-las, notou que sua mão não tinha mais aquelas manchas escuras e a pele estava muito mais jovem. Ficou com uma vontade louca de ver como estava seu rosto, mas não tinha espelho para refletir-se. O vestido florido balançou-se com a brisa gostosa que passeava pelo céu. Estava curada. Deus havia operado o milagre que tanto pedira. De repente, ela foi assaltada por um pensamento lógico: E sua família onde estava? Seus amigos? – lembrou do filho, da nora, da irmã e da vizinha, queria contar-lhes a novidade. Olhou por todos os lados e não encontrou o caminho de volta. Uma lágrima desceu pelo rosto, agora sem rugas. Ficou parada na estradinha, entre as damas da noite e as pedrinhas que lembravam algumas que ela achava no quintal da casa no interior do Paraná, onde passará toda a infância. Ergueu a cabeça e viu um vulto no horizonte. Era um homem. Ele caminhava em sua direção. Laura olhou o céu azulado e depois para o sol forte que embaçou sua visão. Pressionou os olhos para voltarem ao normal. Olhou novamente para o homenzinho que se aproximava. Nessa hora seus olhos encheram-se mais uma vez de lágrimas, mas agora era de pura felicidade. Sugou forças para chamar seu nome. Achou que sua voz não sairia, mas saiu:
_Bastião, é você homem?
O marido lhe sorriu com um ar jovial. Os dois se abraçaram depois de oito anos.
Ela olhou no fundo de seus olhos serenos.
_Cadê o Anderson? – perguntou ela, com o típico sotaque arrastando a letra R.
_Fica tranquila Laura, o ‘Hanzo’ vai ficar bem.
Encararam-se por um instante como se não pudessem acreditar no que viviam.
_Vem comigo Laulau, aqui nós vamos descansar. Não existe tempo nem dor. Vamos. – disse ele estendendo a mão em sua direção.
_Laulau?! – sorriu Laura surpresa – Já ouvi isso, mas nunca de você.
Ela segurou a mão do marido e continuaram a caminhar. Naquele instante uma multidão de velhos amigos apareceu para cumprimentá-la e então se deu conta de que esse livro nunca teria fim, apenas mudara de página... Sem ponto final... Apenas três pontos...
Marcos Ferreira Silva

sábado, 17 de outubro de 2009

Elas querem fazer amor, não apenas sexo

Estava observando as mulheres e tentando chegar à conclusão do que elas pensam sobre os homens, sobre o amor e sobre o sexo. Você acha que eu estou ficando totalmente biruta? Concordo.
Comecei a imaginar isso um dia que, por acaso, duas amigas e eu ficamos assistindo uma comédia romântica até as duas da manhã. Sem me atentar, percebi que era no mínimo interessante ficar observando as duas assistindo um filme que para elas levava todo sentido o nome: Simplesmente amor.
Já havia assistido ao filme e o adorava. O elegi um dos meus filmes preferidos para o exclusivo Orkut.
No começo, muito educadas, pareciam se horrorizar com aquele linguajar um tanto inadequado para antes das 9 da noite, e aquelas cenas que induziam diálogos de sexo, ou até sequências um pouco mais calientes.
Mas durante o desenrolar da história as cenas foram ficando mais amenas e as idéias estavam começando a valer o nome do longa. O sexo começou a rimar com amor. O amor simples que a trama te leva é realmente apaixonante. E isso não é só coisa de mulher, não, todos os marmanjões que assistiram ao filme concordam comigo.
Nessas horas descobrimos que o romantismo não está fora de moda, ao contrário, os casais, acredite ou não, ainda procuram o amor.
As mulheres, cultivando o mesmo senso de amor que os homens, demonstram esse sentimento mais explícito. Nós, pobres machos irracionais, na maioria das vezes, fingimos ignorá-lo.
Conceitual, ou não, o amor ainda corre na veia das pessoas. A palavra de quatro letras é forte demais para a maioria dos seres humanos, então podemos usar paixões afloradas e bem expostas.
Depois de grandes momentos no filme, percebi em seus olhos lágrimas, e aquela expressão: _Ai que LINDO!
‘É’ meus amigos, o amor está vivo e se reproduzindo. Todas as garotinhas sonham com o bom e velho príncipe encantado, aquele que vem em seu belo cavalo branco triunfante. Todo “moleque” se apaixona perdidamente antes dos dezoito. Há sempre aquelas raras exceções, corações mais duros (ou mais racionais) que só encontram o verdadeiro amor após os quarenta, mas, basicamente, a adolescência é ótima para se amar. Mesmo que seja só a ilusão que aquela reles paixão provocou, na hora você vai achar que é amor.
Eu já amei? Fiz essa pergunta recentemente para mim mesmo. Ao responder vi-me caindo em algumas contradições, não tinha muita certeza. Quem sabe, né!? Então respondi: _ Amei sim, ou melhor, amo.
Como cheguei a essa conclusão? Simples: Sentindo. Porque o amor vem de dentro, depende apenas de nós, é o coração balançando, um ser vivo entrando em erupção. Se Hitler amou eu não sei. Nesses assuntos sabemos apenas de nós mesmos.
Muitas vezes as pessoas dizem que não acreditam no amor, dizem que ele não existe, e que não há motivos para essa “melação” que há nas novelas e nos rádios. Protegem-se dizendo que seus corações não são de pedra, estão apenas lúcidos enquanto todos dormem. Arrisco dizer que na verdade essas pessoas ainda não conheceram um amor verdadeiro, o que não significa que ele não exista. Quem sabe ele esteja vindo com um pé na estrada, apenas esperando a hora certa. Outros já viveram o amor, mas se encontraram sozinhos com aquele sentimento, então fizeram questão de esquecê-lo, ignorá-lo, pondo-o numa caixa de prata e o jogando no mar.
O amor prevalece discretamente, sendo usado quando necessário, não o carregamos em nossos bolsos, não fica em nossa mente 24 horas por dia.
A mulher leva com ela, na maioria das vezes, o bom amor assustado: _ Ai meu Deus, será que ele me ama??? - Possuem, sem exceções, um brilho no olhar quando amam. Ficam tão maravilhosas que nos fazem ter a obrigação de nos apaixonarmos por elas.
O amor é igual em todos os sentidos e momentos. O típico e tão criticado amor entre os casais é real, e pode ser sincero como o amor de uma mãe para um filho, mas a partir do momento que é realmente amor.
Há uma certeza forte na humanidade: praticamente todas as mulheres abominam o sexo apenas pelo sexo. Fazer sexo é bom porque satisfaz. Mas quem acalma o espírito não é ele é o amor.
Fazer amor é respeitar os sentimentos e libertar o prazer dos corpos. A mulher tem de ouvir um ‘Eu te amo’ antes de tudo. Conceito básico que quase 100% dos homens se esquecem.
Amar na condição verdadeira é um grande passo para o amadurecimento. Mesmo que esse sentimento seja vivido ainda jovem, isso faz crescer, é um passo numa escada. Um importante passo.
Os homens precisam enfim descobrir que elas querem fazer amor, não apenas sexo.
Marcos Ferreira Silva

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Blog do Tedect

VISITEM O BLOG DA BANDA TEDECT, DA QUAL SOU O GUITARRISTA.
ESPERO QUE GOSTEM!


Marcos Ferreira Silva

BLOG EM CONSTRUÇÃO

EM BREVE NOVOS TEXTOS, FOTOS E VÍDEOS...
MUITOS JÁ ESTÃO PRONTOS E OUTROS, DE ACORDO COM OS FATOS, SERÃO ELABORADOS.
OBRIGADO!

Marcos Ferreira Silva

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Muita mídia e pouca responsabilidade

Nos últimos anos, o Brasil tem passado por uma revolução de valores, e uma das principais assuntos que começou a ser discutido foi a responsabilidade social. ONGs e veículos de comunicação começaram a escancarar problemas que derivavam de gananciosas operações de grandes empresas como o desmatamento e a poluição. O mundo começou a temer o futuro que já não era tão certo e as empresas viram-se obrigadas a mostrar soluções para problemas, dando início a era sustentável.
Uma das pioneiras no Brasil é a Petrobrás que, além de tentar reverter os problemas ambientais causadas por ela, exemplo são seus famosos vazamentos que causaram catástrofes em várias praias do litoral brasileiro, passou a investir em programas sociais e patrocínio à cultura, tendo papel importante na retomada do cinema nacional depois de anos de total esquecimento, motivado pela extinção das leis de incentivo no governo Collor.
Essas foram ótimas iniciativas, porém não apenas serviu como benefícios à cultura, entidades sociais e natureza, mas também abriu as portas do mundo para uma nova Petrobrás. A popularidade da empresa petrolífera entrou em ascensão, tendo sua imagem vinculada a grandes projetos e em quase todos os filmes e peças de Teatro de grande púbico.
O mercado e os consumidores começaram a exigir empresas que mantivessem uma linha sustentável e transparente e, com isso, outras empresas seguiram estes passos e começaram a investir em projetos ambientais e de sustentabilidade.
Os pontos positivos são imensos, mas um ponto muito cobiçado pelas empresas é a sua imagem. Ninguém quer ver seu nome arranhado por acusações de desmatamento e poluição. Uma empresa fica muito mais atrativa quando diz se importar com o mundo a sua volta, dando ao consumidor / cliente a sensação de que a empresa se importa com ele e transformando uma boa ação em um ótimo método de autopromoção.
A partir de uma necessidade mundial, as empresas passaram a promover em acontecimentos marcantes qualquer plantio de árvore, aonde muitas vezes o trabalho de revitalização não cumpra, nem de longe, o suficiente para repor danos causados por ela. No entanto, o que se vê é uma nova estratégia de marketing para promover a imagem da empresa numa classe politicamente correta e trazer mais clientes e investidores.
Com o passar dos anos a "máscara" tende a cair e as empresas começam a ser fiscalizada pelos seus próprios clientes. Uma estratégia interna não pode ficar somente na imagem, números tem de ser mostrados e comprovados para população que cada dia se mostra mais preocupada com o planeta e quer ser informada de números reais através de informes publicitários na televisão, rádio e Internet, pois a realidade está visível nos problemas mundiais. Se o que está se promovendo é realmente feito, teremos boas notícias no futuro, caso contrário, a cobrança será eminente.
Marcos Ferreira Silva