terça-feira, 29 de junho de 2010

A televisão

Ah, como eu gostava da TV. Lembro-me daqueles desenhos animados aos sábados de manhã, dos programas de semana ao meio-dia, recordo que só não gostava dos telejornais, eram muito chatos, e falavam apenas de política, roubo e morte.
Hoje meu conceito mudou, os jornais são uma das poucas coisas que acho de interessante na telinha, mas falo de noticiários de verdade, e não daqueles carniceiros sensacionalistas de porta de favela que ficam gritando e pulando feito bichas histéricas às seis horas da tarde. Convenhamos, ninguém merece ver isto após um dia inteiro de trabalho.
As novelas tornaram-se, na grande maioria, um saco de ouro para os fofoqueiros (que se exibem com as capas de revistas de inutilidades durante as tardes no canal concorrente). Um tédio, sempre a mesma estória, que nunca nos rende em nada, numa corrida eufórica atrás do 60 pontos de audiência (há tempos, pedidos). Apenas completando, para ser sincero, não faço a mínima idéia de como eles medem isto, pois pelo menos, na minha casa não há nenhum aparelhinho com uma luz piscando e uma etiqueta com os dizeres: Medidor de ibope.
Enfim, trabalhei o dia todo, é uma sexta-feira maravilhosa, mas espere um pouco, isso pode ser sinônimo de preocupação, por que está chegando o fim-de-semana na TV. No sábado, futebol à tarde, legal, mas a noite é uma criança, e lá vem àqueles programas de humor apelativo e sem graça nenhuma. ATENÇÃO: Nunca conte essas piadas em rodas de amigos, nem em happy hours, é realmente ‘queima filme’.
Mas o pior ainda está por vir; o domingão à tarde ‘requebra gostosa’. É Funk, Axé, é tudo de ruim nessa vida (rebolation). Mas como tudo ainda não está perdido, pode ficar ainda pior: Ver sua filha de seis anos pondo a mão no joelho, dando uma agachadinha, balançando a bundinha e gritando pra mãe: _TÔ FICANDO ATOLADINHA. Ahhhh! Eu odeio (essa) TV. Joguem a antena fora, mas deixem o cabo do DVD.
Conto com vocês para salvar essa mídia maravilhosa.
Marcos Ferreira Silva

domingo, 20 de junho de 2010

Adeus Saramago






Suas mil faces dispensam comentários...
Marcos Ferreira Silva

A caixa de surpresas

Hoje a Seleção Brasileira lutou. E isso não é ruim. O jeitão de Dunga, hoje, ficou mais leve. Com carinho a Jabulani foi para as redes 3 vezes, pelos pés, pelos braços de Luis Fabiano e pelo o ensaio de Elano.
Dunga grita para si só, durante a noite: Eu estava certo... eu espero estar...
Talvez, o capitão do tetra tenha pensado isso, mas com leveza Kaká comprovou. Eles merecem.
Kaká domina, corre o campo. Brinca com Robinho... foi quase. Eles recuam. Quase chegam. É hora de sufoco. Marfinenses quase lá, até que Luis Fabiano desencanta. Gol. O Brasil comemora com o Fabuloso. Galvão berra e quem não berrou ouviu a voz do locutor quase falhar. É mágico. Depois, é inacreditável. L 9 domina com a mão santa. Mata um, mata dois, joga no braço e com o pé esquerdo acerta a bomba no canto direito. A bola ainda encosta-se ao goleiro só para fazer charme e dizer: Eu voltei aos pés de quem me tem.
Maicon vibrou como um menino em casa.
Elano fez a parte dele e decidiu para nós. Soltamos mais um grito. Satisfação.
Costa do Marfim faz o seu de honra.
Pronto. Já estamos nas oitavas!
Quem venham os portugueses...
Marcos Ferreira Silva

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Apetrechos em verde e amarelo


Exatamente às três e meia da tarde da última terça, 15, o Largo São Bento no Centro de São Paulo parecia um deserto. A cidade inteira estava diante de um televisor de plasma 42 polegadas ou mesmo uma tv portátil de 6, acompanhando a Seleção Brasileira de Futebol regida pelo técnico Dunga entrar em campo. As ruas desertas eram o oposto do que se podia ver minutos antes. Vuvuzelas em alto e bom som, unidas aos gritos de promoção de camisetas e bandeiras, eram entoadas por vendedores ambulantes, como José Inácio, e criavam a trilha daquela tarde ‘canarinha’.
No alto de seus 46 anos, José Inácio acompanhava sua sexta Copa nas ruas do Centro da Cidade. Com um sorriso largo, Inácio comemorava as boas vendas que tinha de quatro em quatro anos. Desde 1990, José Inácio acoplava coisas da Copa aos produtos que vendia. “Eu vendo pilha e radinho durante o decorrer do ano, mas na Copa o foco é outro.”
A organizada barraca de José Inácio ainda tinha as tradicionais pilhas, mas vuvuzelas, bandeirinhas e camisetas eram o que dominavam as vendas. Em vinte minutos ao lado da pequena banca na Rua Florêncio de Abreu, ficou impossível contar quantas pessoas saíam dos escritórios e compravam algo para usarem durante os jogos.
“As vendas triplicam em dia de jogo.” – Dizia ele enquanto vendia mais uma camiseta. A origem dos produtos não é escondida por José Inácio. “É tudo do Paraguai, mas os engravatados adoram.”
Quando o questiono sobre a polícia, o camelô diz que tem que ficar esperto e correr bastante quando o ‘Rapa’ chega. “A barraca é legalizada para vender pilha, o resto eu deixo separado e quando eles chegam a gente entrega tudo para o menino esconder.”
O menino citado por José Inácio é Felipe, seu filho caçula de 11 anos. O menino sabe que quando a fiscalização aparece tem que ser rápido para esconder tudo. “É isso ou ficar sem” – completa o garoto que, mesmo com a pouca idade, já tem experiência e conhece boa parte as artimanhas do trabalho de seu pai.
O mesmo acontece com outro vendedor ao lado de Inácio. Luiz de 23 anos chegou a São Paulo há apenas 6 meses e está encantado com a dimensão das vendas nessa época de Copa. “Se fosse assim todos os dias eu ficava rico fácil”.
Luiz veio de Sergipe e lembra que lá a Copa do Mundo também movimenta bem o comércio, mas ressalta que as dimensões em São Paulo são gigantes. “Lá eu vendia 10 ou 12 camisetas num dia bom, aqui eu já vendi em um só dia mais de 50.”
Os produtos vendidos por José Inácio e Luiz são variados, além de bandeiras, camisetas e as populares vuvuzelas, eles também vendem faixas, pulseiras, replicas da Taça, brinquedos e até fotos dos jogadores. “Beckham nem foi pra Copa, mas a mulherada quer foto do Homem de qualquer jeito.”
A maioria dos itens são nas cores verde e amarelo para homenagear a Seleção Brasileira, mas alguns produtos ainda celebram outros países, principalmente as camisetas. Os grandes times são destaque nas ruas e no ranking de vendas. Itália, Alemanha, Edivha, Argentina, Portugal, Inglaterra e França são as mais vendidas.
Mas quando se trata de Brasil, os números são sem comparação. As camisetas do time nacional têm vários modelos; masculino, feminino, com emblemas do Hexa e em diversas cores.
Pergunto a José Inácio o que seus produtos atraem nas pessoas e ele me responde que os produtos são baratos, acima de tudo, e que o povo quer brincar, mas o vendedor também faz a venda: “Se eu não chamar, brincar com o pessoal não adianta nada, o pessoal está no clima e quer nos ver desse jeito também.”
Defendendo essa teoria, José Inácio, Luiz e todos os ambulantes do Centro de São Paulo gritam e cantam sem parar. “Isso ajuda a dar o clima do jogo. Eles animam mais que o Dunga” – Disse uma cliente que visitava a banca de Luiz.
As camisetas têm preços variados de R$ 10,00 a R$ 25,00 nas ruas do Centro. “Os preços populares atraem os chamados ‘Patriotas de Copa do Mundo’, porque muitas pessoas não estão dispostas a gastar em torno de R$ 150,00 em uma camiseta oficial do time, pois a maioria só usa as roupas nessa época”. – argumenta Luiz.
As vendas das lojas na região próxima a Rua 25 de Março crescem 10% em época de Copa, segundo a prefeitura. Os camelôs que não são contados nesse número acreditam faturar muito mais do que na Páscoa e no Natal. “Nos feriados de Natal, Ano novo e Páscoa o pessoal vai atrás de comprar coisas no Shopping, mas na Copa o povo quer bandeira e camiseta barata que só acha aqui. No Shopping, eles só vão para comprar a televisão.”
Luiz aproveita nossa conversa para reclamar da polícia que chega com violência. “Só faltam passar com o carro por cima da gente. Se não saímos da frente eles atropelam. Não respeitam nem criança comprando a Jubilani.”
O lucro é bom, segundo os vendedores ambulantes, mas o sacrifício é grande. José Inácio ressalta que na Copa, além de vender bem, eles trabalham mais felizes. “Poderia ser Copa todos os dias. O doutor e a dona de casa compram sem medo e vão comemorar.”
Luiz aproveitou a reportagem para mandar um recado para a seleção em tom de cobrança, mas confiante e sorrindo como todos os brasileiros. “Kaká, Robinho e Dunga, vamos jogar direito para valer o esforço do brasileiro e para eu poder vender muita vuvuzela até dia 11 de julho.”
Marcos Ferreira Silva

sábado, 12 de junho de 2010

A clássica solidão de Gabriel García Márquez


Entre tantos casos, o autor nos envolve em uma leitura em que chegar a última página é sinônimo de obrigação para o leitor
“Este é o melhor livro escrito em castelhano depois de Quixote”, conforme foi provado por seus milhões de exemplares vendidos em todo o mundo e pelas palavras do consagrado escritor Pablo Neruda. Cem anos de Solidão, do Colombiano Gabriel García Marquez, é uma obra que ultrapassa a barreira da sensibilidade do leitor, trazendo diversos sentidos para uma mesma estória e de um tema pouco discutido: A solidão.
O revolucionário livro de Gabito, como também é conhecido, foi escrito num padrão realismo mágico, composto por elementos reais para situar o leitor em uma narrativa de ficção, onde o fictício povoado de Macondo serve de cenário para dar asas à imaginação do autor, que, desde criança, encantava-se em criar situações impossíveis para seus personagens, mas que chamassem a atenção do leitor. Lá vivem todas as gerações dos Buendías, que movidos por uma espécie de praga gerada desde o relacionamento de seus patronos, José Arcádio Buendía e Úrsula Iguarán, vivem um período de cem anos de solidão.
Como poucos, Gabriel García Márquez traz todos os personagens numa enxurrada de situações que vão de geração em geração, repetindo o nome de alguns descendentes, como em várias famílias, porém causando certa estranheza e confusão nos leitores, deixando alguns com a sensação de que o livro pode não dar em lugar algum, que o emaranhado de personagens pode perder o sentido, mas a estripe dos solitários ganha força com o elo dos personagens a cada geração.
Cem anos de solidão trata de um enredo triste, que nos põe a pensar no que é exatamente a solidão. Como dizia o poeta Cazuza: Solidão a dois de dia, faz calor depois faz frio. Solidão não significa necessariamente estar só, mas na visão do livro, solidão é permanecer só em alguma situação, seja num ideal ou numa loucura, fruto de um sonho.
A solidão do amor, como é vivida por Amaranta, Pietro e Rebeca, é causada por um amor não correspondido, aonde uma traição causa reclusão, dor e até o suicídio. A solidão da patrona Úrsula, que como ela mesma afirma, sofre constantemente ao ser a "voz da razão de uma família de loucos". A centenária que rege a família acompanha todas as situações e perda de parentes, vivendo a solidão das lembranças, como a morte de seu marido, José Arcádio, que, louco, é preso em tronco até a morte, após ser solto e carregar o castigo na imaginação.
Os aplausos e elogios ao livro, renderam ao autor o premio Nobel de Literatura em 1982. Mais de 40 anos após seu lançamento e mais de 30 milhões de exemplares vendidos, Cem anos de solidão tem a peculiaridade de ser umas das obras mais lidas e traduzidas de todo o mundo.
Entre tantos casos, Gabriel Garçía Márquez nos envolve em uma leitura em que chegar a última página é sinônimo de obrigação para o leitor.
Baseados nas extraordinárias histórias de sua avó, o livro de Gabriel García foi públicado a muito custo pela Editora Sudamericana em 30 de maio de 1967, com elogios unanimes de quem leu os originais da obra.
Com seus personagens tristes e de histórias chocantes, como a do Coronel Aureliano, que depois de se envolver com política, lutar por ideais e ver dezesseis filhos morrerem assassinados por causa de sua reputação, morre solitariamente, o livro nos enche de alusões sobre o certo e o errado, exopondo um ser humano frágil diante as inquitudes da vida.
Em resumo, Cem anos de solidão, com seus mitos, fantasias e realidade, é mais que um simples livro, é uma leitura essencial para a mente e para vida.
Marcos Ferreira Silva

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Novidades sombrias


(notinhas)
O escritor brasileiro André Vianco postou em seu blog (andrevianco.wordpress.com) novidades sobre seus projetos em andamento. Ele ressalta a seleção de atores para o piloto de sua séria “O Turno da Noite” que será rodado em sua terra natal, Osasco.
Vianco se mostra empolgado com a seleção dos atores e confiante durante o árduo trabalho da pré produção: “Falei com o diretor de arte do projeto, que é o grande mestre em História da Arte, professor Luis Lopreto, também estavam por lá as produtoras Marisa Samogin e Aline Esperança e o produtor Ricardo. Discutimos muito a primeira sequência do roteiro, que em termos técnicos é um dos grandes desafios do piloto.
O autor também enche os fãs de curiosidade ao falar de seu novo trabalho: Estou avançando nas páginas do “A Noite Maldita” que promete ser um livro daqueles, longo, sombrio e cheio de vampiros. Cheguei ao meio dele aparentemente. Apesar de eu ter um resuminho de tudo que vai acontecer em cada capítulo até o seu final, sempre vão espocando coisas novas, situações novas e até personagens novos.
É esperar para conferirmos!
Marcos Ferreira Silva

Quem ousa discordar?

Não sou muito de me meter nessas polêmicas sensacionalistas que algumas mídias criam a partir de um fato qualquer, mas essa em especial chamou minha atenção. A colega (de profissão, claro) Carla Vilhena disse de modo espontâneo que os idiotas são pichadores, ou melhor, os pichadores são idiotas. Essa declaração foi dada no Bom dia Brasil de hoje, 04/06/2010, quando o telejornal mostrava a notícia de dois jovens paulistanos que despencaram de uma altura de 10 metros ao serem abordados por policiais enquanto pichavam um prédio numa importante avenida do Centro de São Paulo.
Vilhena disse:
"Nunca consegui entender qual é o gosto de arriscar a vida para escrever uma baboseira que ninguém entende ou no máximo quem entende é um idiota igual a ele."
Agora alguém me diga, coso não concordem com o que foi dito acima: O que há de inteligente ou no mínimo sensato em destruir patrimônios particulares, públicos e até históricos? Subir metros e metros para cravar com tintas caríssimas dizeres que não levam mensagem a ninguém?
Obs: Para conter o detrimento do patrimônio e para salvar a vida de dois idiotas completos, polícia, corpo de bombeiros e médicos tiveram que parar seus afazeres para se dedicar a arrumar o que dois tapados fizeram com as paredes e um prédio e com eles mesmos (a queda não teve nenhuma influência da polícia – eles caíram de inteligentes que são).
Esse blog respeita todas as formas de expressão que faz sentido.
Amigos, virem grafiteiros e ganhe nosso respeito e admiração.
Marcos Ferreira Silva

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os grandes são reconhecidos até partirem


No último dia 29, morreu em Los Angeles, EUA, o ator Dennis Hopper. Talvez o mundo já se preparava para o triste fato. Desde que Hopper apareceu diante dos paparazzos mostrando sua frágil saúde, as esperanças de muitos fãs foram abaixo. Nem de longe lembrava o garotão de Rebel Without a Cause (1955) ou do genial clássico de (1969) Sem destino ('Easy Rider').
No último dia 29, morreu em Los Angeles, EUA, o ator Dennis Hopper. Talvez o mundo já se preparava para o triste fato. Desde que Hopper apareceu diante dos paparazzos mostrando sua frágil saúde, as esperanças de muitos fãs foram abaixo.
Nem de longe lembrava o garotão de Rebel Without a Cause (1955) ou do genial clássico de (1969) Sem destino ('Easy Rider'). Assustou muita gente com o tal câncer em fase terminal.
Talvez não haja expressão mais triste que esta. Soou aos ouvidos do planeta como o fim. Quando foi homenageado na Calçada da Fama de Hollywood, em março deste ano, o nosso astro da contra-cultura recebeu um beijo na testa do amigo Jack Nicholson.
Já era triste ver, mas o sorriso carregava o peito do povo de esperanças. Era simples e cúmplice. A morte veio e Mr. Hopper foi com dignidade e uma lembrança impagável em nossas mentes. A do Amigo Americano, do vilão em Velocidade Máxima ou até o tosco Koopas de Mario Bros. Vamos lembrar de um gênio que lutou 74 anos.
Marcos Ferreira Silva