domingo, 25 de março de 2012

Ainda ontem

2012 é um ano de notícias difíceis... Adeus João Mineiro...
João Mineiro e Marciano formavam uma dupla sensacional. Com meu pouco conhecimento do assunto, acho que foram eles que criaram o gênero sertanejo romântico que conhecemos atualmente. Não existia esse “ai se eu te pego” todo que existe hoje. Era tudo puramente apaixonado, dolorido, de fazer corações sangrarem. Nesta semana perdemos o mestre Chico Anysio. Silenciou o humor e calou-se o romantismo.
Hoje, dia 25, o meu pai, o bom e velho seu Bené, faz seus grandiosos 69 anos, proclamando suas típicas frases: “Parece que foi ontem”... Ainda ontem chorei de saudade...
O velho merecia um aniversário mais legal, e não dando adeus aos ídolos bons que se vão como o verão... aos poucos, mas vão...
Essa é pra quem cresceu ouvindo essas canções no toca discos do pai e aprendeu a respeitar os poetas populares... Eu cresci assim...
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Marcos Ferreira Silva

sexta-feira, 16 de março de 2012

O cinza bem vindo!

Hoje foi um dia cinzento em São Paulo. Nuvens pesadas não deixaram a terra da garoa nenhum instante. Aposto que muita gente reclamou, mas sei também que muitos outros deram o braço a torcer. No íntimo, agradeceram a temperatura mais amena no fim de um verão fervente.
A garoa constante ainda brigava com o tempo abafado de veraneio, mas servia para anunciar que o outono já está com o pé na porta.
Para os próximos seis meses fica a promessa de temperaturas baixas. Desde um modesto ventinho até o congelamento dos dias de julho com os termômetros na ponta sul.
Agora começa o tempo da elegância, do capuz, tocas, luvas, casacos. É tempo de namoro agarradinho, de romance dia inteiro, cinema à noite e sonos amorosos ao calor amado.
Nada mais cafona que o outono e inverno para reacender os corações gelados. Aqueles que não amam sentirão falta de um cobertor para cobrir seus pés. Hão de dar pela falta de alguém para acalentar no sofá da sala.
Agora os que amam poderão aproveitar a estação das graças que unem as pessoas em busca de calor. O melancólico cinza das ruas e as folhas secas mortas nas calçadas de árvores nuas serão só um belo cenário.
É hora de aproveitar para amar.
Marcos Ferreira Silva

quinta-feira, 15 de março de 2012

Retomada

O ano de 2012 começou uma loucura só, mas é com prazer que anúncio, neste pequeno post, a retomada de um importante projeto em minha vida.
Em um dia conturbado com correria em hospitais com meu pai, cobertura de evento político e empresarial, uma dor nas costas horrível e em meio ao agradável, mas turbulento processo de gravação da banda Tedect, retomo a digitalização do meu romance “A Linha do Trem”.
Em breve os leitores irão poder viajar pelas histórias que até o momento só conto para amigos. Despejando-se por inteiro nas páginas e nos trilhos dessa ficção, espero vocês na estação terminal!
Segue um trecho:
O APITO DO TREM ERA OUVIDO DE MUITO LONGE. A locomotiva seguia pelos trilhos, floresta a dentro. O manto negro da noite cobria o céu e uma fina garoa molhava as plantas do jardim da casa. No quarto, arrumado e com o leve perfume de colonia feminina, está aquela senhora sentada na ponta da cama. Ela mantinha seus olhos numa pilha de cartelas de comprimidos e frascos de remédio tarja preta esquecidos numa velha cômoda em mogno. Vestígios de uma depressão que, graças a Deus, se perdera no tempo. Iam todos para o lixo. O problema foi expulso daquela casa e aquilo tudo, finalmente, havia acabado.

Marcos Ferreira Silva