quarta-feira, 26 de junho de 2013

Na história

São Paulo, 26 de junho de 1945.
Genaro, meu bem.
Estou a escrever-lhe essas linhas afim de alertai-vos contra o mal automotivo. Nessa manhã fiquei 40 minutos a esperar o cocheiro público, sob as tribulações climáticas. Doravante erguerei meu brado pela volta dos equinos. 
Espere-me para ir à confeitaria, hei de contar-lhe as novidades. 
Com amor, Olga.
Retirado do Facebook de Verônica Oliveira

quinta-feira, 13 de junho de 2013

E vamos aos fatos...

Não sei ao certo como se sucederam os protestos na avenida Paulista na última terça-feira, mas é fato que a polícia (dedução óbvia pelo seu rico histórico) não agiu de forma 100% pacífica. Os manifestantes fizeram boa parte do protesto sem nenhum ato violento, até ser encurralado pela polícia e começar a pancadaria.
Pergunto: 
O governo parou para rever o seu plano? Não. Apenas os chamou para ouvir um comunicado, a fim de apaziguar os ânimos e dizer que não, eles não vão mudar o preço da passagem.
Posição oficial do governo do Estado e da prefeitura da capital alega que precisaria investir alguns milhões para manter o transporte, e como nossos administradores têm de se preocupar com outras pastas como saúde e educação, a única opção foi aumentar a tarifa.
Olha, eu sou corintiano, com muito orgulho, mas convenhamos, para investir milhões em estádios privados de futebol o nosso nobre governo tem, mas para evitar que tenhamos a tarifa mais alta do país por um dos piores meios de transportes não tem. Lamentável.
Agora, assistimos a Globo cravando os manifestantes como simples vândalos. NINGUÉM fala da causa, dos motivos mais que justificáveis para um protesto.
Daí eu vejo uma coisa lamentável; um motorista atropelando os manifestantes para impor seu direito de ir e vir. Ato no mínimo não humano, ridículo, pelas mãos de um babaca que não pensa no caos que vive e não possui nenhuma característica dos homo sapiens.
Odeio vandalismo, mas odeio também a falta de bom senso e inteligência.
Mas não é só isso.
Hoje, 13 de junho, São Paulo acorda no caos do transporte público em greve. Pessoas que não chegaram ao trabalho e passaram humilhação em trens entupidos mais ainda que o normal (se isso é possível).
Pessoas perdem emprego... se sujeitam a perder parte da dignidade no transporte. Gasta horas do dia em congestionamentos ou em trens lotados como sardinhas em lata, além dos atrasos por falhas que se repetem dia a dia.
Isso a Globo acha normal. Não é Bocardi?
Acho que essa deve ser a Ditabranda que a Folha falou.
Vergonha!

Marcos Ferreira Silva

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Café na mesa

Dia frio. Neblina. Superei o congestionamento da manhã. Dor no estômago. Teimosia. Café na mesa. A vida silenciosa. Paro um instante a nota que escrevia para um site e penso no conteúdo do meu site de jornalismo musical... vida de assessor de imprensa e jornalista... Logo em seguida as lembranças do meu projeto musical veem a mente. Doses de MPB e parcerias inusitadas. Ansiedade. Um e-mail. Minha namorada relata o início do dia. Estômago arde. Rock no rádio. Um novo e-mail. A vocalista da minha banda animada. Quer fazer show em dia de semana. Abro um sorriso. Esperança de dar certo. Sonho número 1. Novamente sou acometido por outra sensação. O enredo do livro. O que escrever hoje? Ainda não sei. Deixa a inspiração brotar. Comunico meus colegas de banda da importância do e-mail. Além do estômago, a cabeça também dói. A namorada também não muito bem. O sócio do novo projeto ressalta a meta de colocar a agência na ativa. Sem fome, com ânsia. Parece muita coisa para uma pessoa só. Conto as horas para o fim do primeiro expediente. 5 horas de trabalho muito invejadas por quem faz 9 horas. Dores. Ainda é terça-feira. Vejo uma foto e me alegro de novo. Meu pai e meu sobrinho. 1 ano e dois dias depois da alta hospitalar do patriarca. Dias difíceis. Realmente, tudo passa. Reclamar? Acho melhor não. Sorrio mais uma vez. Oh não, a dor lateja.
Marcos Ferreira Silva