sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Céu

Hoje olhei para o céu...
As nuvens pesadas. Mãos entre luvas, vapor de respiração. Olhos cansados e o peso dos ombros que doem a cargo de tensão.
Passos rápidos para não perder a hora. Rotina. Ardor nas pálpebras. Frio. Cabeça que lateja.
Olhei novamente para o céu e desejei boas notícias do sul e alegres novidades do norte.
Vasculhei os bolsos. Celular com defeito. Caminhei. O trem cheio... conversas distorcidas em minha mente. Desatenção, distração.
Plataforma vazia assolada pelas baixas temperaturas. Andei só pela rua. Faltou o ar. Enfim senti calor por causa dos movimentos.
Cruzei a porta e senti o cheiro do café e da inveja. O tronco dolorido. Tensão. Risos e risinhos falsos.
Bateu saudade de olhar para o céu.
Fiz o que tinha que fazer, torcendo para as horas voarem.
Faltava o eu dentro de mim. Faltava a verdade.
Conciliei o fato de estar só com a realidade de ter pessoas ao meu redor.
Queria olhar para o céu, mas o teto e as paredes impediam a visão.
Tomei café. Estava quente. Ameacei abrir um sorriso.
Não vi o jornal. O que acontece no Egito? Santo Deus, ele matou a família!
As horas estacionadas... nenhuma boa notícia do sul. A última informação do norte era de lágrimas.
Rezei. Queria ver o céu. Livre e límpido. As nuvens tristes escondem o sol.
Fiquei esperando o tempo abrir e me calei.
Eu só queria ver o céu.
Marcos Ferreira Silva

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Valer o Q

Quem sabe a vida seja mais simples. Simples e bela como um rock gaúcho. Mas sempre transformamos a vida numa coisa tão complicada quanto os números da bolsa de valores, aquela coisa louca que pira até o Eike Batista.
Em muitos momentos me questiono o motivo de transformar fatos, conversas, decisões em lágrimas. É meio do ser humano, eu sei. Mas então por que ser igual a tudo que ser vê por aí?
O homem é covarde e padece em seus próprios medos fúteis que não levam a nada. Se afoga na preguiça de tentar algo novo para si próprio. Deixa de ser realizado e feliz, pois se cansa até de levantar as mãos para o céu e pedir.
Preguiça de caminhar e tocar em frente. Receio do que pensam e falam sobre você. Medo de arriscar... medo de ter medo.
Agora levante ou sente na frente do computador. Mas vá fazer alguma coisa por você e esqueça os que nem se lembram.
Marcos Ferreira Silva