domingo, 6 de outubro de 2013

Pra te dar...

Pra te mostrar um pouco de quem sou, deixei que secasse minhas lágrimas... Pura mentira, pois elas caíram involuntariamente de meus olhos, mas estrategicamente estavam prontas para serem amparadas, para que as enxugasses e divagasse palavras que acalmasse meu pobre coração ferido.
Pra te dar um pouco de alegria, fui à feira. Comprei kiwi, mamão, maça e açaí só pra te ver sorrir. Quem sabe eu não consiga.
Pra lhe ver cantar, comprei as entradas do show dos seus músicos preferidos. Tentei decorar uma música, mas esqueci. Depois como resposta, seus olhos encheram-se d’água, e sem muito que dizer, eu fui até você apenas para controlá-las. 
Mas valeu à pena, pois antes de dizer tchau, boa noite, sonhe com os anjos e comigo, antes de recomendar que ficasse com Deus, você me abriu um sorriso, me apertou e disse: te amo!
Cheio de graça, percorri as ruas vazias da cidade, temeroso por causa de cães raivosos e candidatos ao crime que dão um pouco de movimento à calada da noite.
Durante a semana, abri o e-mail só pra saber que estava do outro lado aguardando uma mensagem minha. Liguei o rádio e a primeira música que ouvi era só pra te falar que aqueles versos são um pouco do que sou.
Um dia acordei chorando, levantei e fiz o que tinha de fazer. E não importa o quão machucado e dolorido eu estava, o remédio é você. E quando o ego caiu por terra, quando a alegria se apaga, eu sorrio olhando para o seu rosto.
Só pra te agradar um pouco, prostrei-me sobre o papel. A poesia que reclamo ter morrido surgiu para que eu pudesse falar um pouco a você. As palavras que já há muito não têm forças para brotar em meus dedos, nasceram, enfim, do meu coração.
E você me pediu para eu fazer um texto sobre você, mas fiz um texto sobre mim. Isso vem a dar no mesmo. Pois já não é de hoje que eu sou um pouco muito de você e vice-versa.

Marcos Ferreira Silva