quinta-feira, 29 de julho de 2010

A queda das nossas arnaduras

Estava passeando por alguns blogs e me deparei com uma poesia de Mário Quintana. É de praxe, sempre vamos nos encontrar com as poesias de Quintana por aí, mas o que é difícil é não se encantar com suas palavras, com cada texto inicialmente simplório, com o todo o respeito, digo no sentido de livre, descompromissado, mas inteiramente humano.
Por que a poesia é simples, pelo fato que vem de dentro do coração e expressa a alma humana. Mário Quintana era o poeta que, na minha opinião, melhor soube arrancar nossas armaduras, aquelas cascas inúteis que carregamos diariamente embaixo dos nossos ternos ou na ponta de sapatos de salto quinze, nos congestionamentos e nos trens.
Dissipa o nosso egoísmo e nos põe a entender o imenso tamanho da nossa pequena grande vida. Não há nada maior que as vidas que carregamos. Não existe, nem se sonha existir nada que seja maior que as nossas experiências corriqueiras.
Todos nós, seres humanos, somos movidos pelas emoções quais vivemos todos os dias. Quando refletimos uma vez na nossa estrada, vemos tantos erros e acertos. Falhas e correções. Medos e certezas.
Tristezas e alegrias. É simplesmente impossível passear pela vida e não se deparar com um turbilhão de sentimentos a cada esquina. Ouvimos tantas canções populares e não notamos a poesia debaixo de muitas delas. Em tantos jardins passeamos e não enxergamos as flores brotando.
Temos tantos amores ao nosso lado e não nos damos conta de quão importante eles são. Talvez, seja utopia dizer, que a poesia é o que nos move, mas é real que mesmo que a ignoramos ela está presente em todo o lugar e até que não a declamamos, mas ela está sempre lá, esperando que nos demos conta de tudo isso.
E quando teimosos como eu não conseguem compreender isso, mestres como Quintana invadem nossos duros corações e nos enchem daquilo que muitas vezes nos falta. Vida.
P.S. Minha inspiração venho do texto ‘Um dia’ postado no blog:
Marcos Ferreira Silva

Um comentário:

  1. "Dissipa o nosso egoísmo e nos põe a entender o imenso tamanho da nossa pequena grande vida."
    Isso diz tudo e dispensa qualquer comentário... como fico feliz de ver que a cada texto, a cada linha fica cada vez mais claro a sua caminhada... a sua escolha e o seu prazer de escrever...
    Continue a caminhada... precisamos destas doses limpidas de realidade critica.

    Beijos

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