quinta-feira, 9 de maio de 2013

Hoje é isso

O bom ser humano tem um defeito, um defeito grave e que pode render coisas horríveis, destruir sonhos, ideias. Esse defeito é detentor do poder de matar e morrer. Ele é capaz de acabar com tudo, de te por de lado e rente à parede em um choro comprido e sucumbido pela própria culpa. Esse defeito, original de fábrica, chama-se confiar no outro.
Maldito. Eu te chamo de maldito. Maldito o homem que confia em outro homem. Pobre idiota, sem malícias e que achava que podia confiar. Maldito homem que preza o diálogo e pensa que palavras e entendimentos trazem resultados.
Acha isso? Morreras afogado na bondade do teu peito. Sua dignidade cai por terra. Suas lágrimas, essas você pode derramar em silêncio, pois não ter vergonha delas é a vergonha mais humilhante que podes admitir ter.
O que? Você não concorda comigo? Tudo bem, te admirarão quando fala, mas vão te zombar e humilhar quando você se mostrar frágil. Aceite de uma vez por toda que o ser humano é um verme podre e aproveitador, que espera sua fraqueza para se montar em ti e destruir o pouco que tem.
E as exceções? Podem até existir, mas acredite que a maioria delas é como um oásis no deserto, que você jura enxergar e, em meio ao diluvio de honestidade, acredita que pode até tocar um dia. Que pode confiar.
Engana-se. Seu amigo não é seu amigo. Nunca será. Você nasce sozinho e morre sozinho. Uma triste solidão urbana. Envolta do sagrado mal que de ti não se separa.
Vai confiar no amigo, no médico, no patrão, no advogado, padre e pastor. Deles terá o peito apunhalado e sangrara até a crônica hemorragia te vencer.
É meu caro... maldito... Maldito és tu que confiou...
Marcos Ferreira Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário