sábado, 15 de janeiro de 2011

A ‘Passione’ do Brasil

“Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos ou personagens reais é mera coincidência”
Clara tinha em punho a arma do crime desde o início. Estava lá e você não viu porque não quis. O Fred? Ah, o Fred, esse foi o idiota da vez. Mas para (Reinaldo) Gianecchini, o filhote de ruindade comparado ao insosso Edu (Laços de Família - 2001) foi fruto de uma atuação até surpreendente. Totó foi o super homem das 09h. Só não voou. Morreu e ressuscitou na terceira semana e casou com a mulher do Ciro Gomes.
Já Leonardo Villar, no auge de seus 87 anos bem vividos e tão bem atuados, foi o grande veterano da trama, que também contava com Cleide Yaconis, Elias Gleiser e Emiliano Queiroz. Villar soube emocionar com simplicidade na pele do personagem de duas vidas Giovanni / Antero. 
Falando nisso, mas que novela gostosa de se ver. Valia o dobro por ter feras da terceira fase da vida mostrando que a melhor idade para arrancar risos e emoções é essa.
Seria injusto falar de cada um que se destacou na história dos Italianos que vem ao Brasil. Personagens como Berillo, Jéssica, Clô, Olavo (Cuoco), Mimi e até a bela Agostina foram sensacionais. Animaram, fizeram quebrar o gelo de um enredo tão pesado, tão enigmático.
Os coadjuvantes roubaram a cena com talento, mas sob direção de Denise Saraceni e um texto bem amarrado do mestre Silvio de Abreu, a “pompa e responsa” voltava naturalmente ao seu dono de direito, ou melhor, sua dona: Mrs. Fernanda Montenegro mostrou o que é fazer uma novela de verdade. Com convicção ao incorporar a matriarca (por direito) da família Gouveia, Fernanda foi além de uma simples novela, foi profundamente da dor de uma mãe e empresária roubada até a rapidez de uma astuta como poucas vistas.
Mas o renascimento de Totó ainda não foi maior que a salvação da “ruindade em pessoa” da Clara. Morta, ela mata, se joga, foge e engana todos. Igualzinho na vida real.
Mariana Ximenes, diga-se de passagem, firmou-se de vez como atriz. Encarou sua primeira vilã e deixou suas boas mocinhas enterradas no vasto campo sensual e inescrupuloso da complexada Clara. Ganhou status de celebridade. Em agosto de 2010, estampou a capa da Rolling Stone Brasil “com o diabo no corpo”.
O atormentado Fred foi ruim até dizer chega. Matou, roubou, vingou, mas não tanto quanto o anjo mau da bela Clara. Kiara!
A velha porca pedófila, vivida pela experiente Daisy Lucidi, foi o retrato do puro mal que perambula mundo afora.
Gerson decepcionou muita gente, mas foi o mais próximo do real possível, de um modo mais leve para o horário (óbvio). Mas as pessoas queriam que ele tivesse um alienígena na barriga ou o Bilu na tela do computador.
O Saulo foi mau (o mal dominou Passione) e morreu pelas mãos de quem o merecia.
Silvio fez uma trama envolvente, mas de audiência relativamente baixa. No entanto, isso não representa um fracasso, ao contrário, para os novos critérios de audiência esse foi um sucesso. Independente de ibope, foi uma história sensacional. Se apenas uma pessoa assistisse já seria um sucesso, porque é bom.
Mas quando se está na telinha é ruim para a própria massa que o assisti. O intelecto o tacha de nicho do mercado televisivo, sem ao menos assistir um capítulo que seja.
Para os pessimistas, vejam os números de acessos dos vídeos relacionados à novela no You Tube e provem do fracasso de maior credibilidade da história.
O pop é ruim. Hoje, Titanic é uma merda.
Palmas para Passione!
Marcos Ferreira Silva

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Nós em Marte

O texto abaixo não passa de uma mentira deslavada, mas foi com ele que ganhei um emprego. O teste pedia para noticiar a ponte-aérea Terra – Marte. Assim foi feito.
Só que essa discussão toda me fez lembrar do grande Renato Russo e seus “Marcianos invadem a Terra”.
Fiquei pensando em milhares de coisas que aquilo poderia significar. Existem tantas teorias que se faz em volta das críticas que Renato fazia em suas canções que o imaginamos de uma forma distorcida. Dessa vez, resolvi ficar com o sentido pé da letra e viajar até planeta vermelho.
PRIMEIRO CARRO ESPACIAL BRASILEIRO PARTE PARA MARTE
A primeira viagem do Carro Espacial Brasileiro conta com passageiros ilustres como o cantor Roberto Carlos e Pelé
Na última sexta-feira, 22, a Base da Agência Espacial Americana (Nasa) instalada em Ribeirão Preto, a cerca de 290 Km da capital de São Paulo, foi palco do primeiro vôo comercial Terra-Marte. A viagem era esperada com ansiedade pela população mundial, pois até aquele momento só havia ocorrido um vôo teste, porém apenas com tripulantes realizado nos Estados Unidos, em julho deste ano, durante as comemorações do dia da independência americana.
Os presidentes, do Brasil Luís Inácio Lula da Silva e o Americano Barack Obama estiveram entre os passageiros. A lista também contou com algumas pessoas ilustres, tais como o ex-jogador de futebol Pelé, o escritor Paulo Coelho, o cantor Roberto Carlos, o ministro de Relações Internacionais do Brasil Celso Amorim, a Secretária de Estado Americano Hillary Clinton e o empresário brasileiro Abílio Diniz.
“Nunca antes na história, um evento mobilizou tanto os holofotes do mundo” – afirmou o presidente Lula durante discurso emocionado ao lado de Barack Obama. Lula também ressaltou o avanço da ciência no país como um passo importante para o mundo. “Para quem não sabe, esse momento só está ocorrendo porque cientistas brasileiros, com o apoio do governo federal, puderam ao lado de cientistas do mundo todo desenvolver esta maravilha” – afirmou Lula.
Foram investidos 3 bilhões de reais neste projeto, cerca de 90% deles liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o restante do valor veio da iniciativa privada e de alguns milionários que preferiram o anonimato, destes, R$ 4 milhões foram para a construção da pista de pousos e decolagens Cruzeiro do Sul, em Ribeirão Preto, onde já funcionava uma base de estudos da Nasa – R$ 45 milhões para estudos e o restante para a construção de 25 Carros Espaciais, que farão o trajeto entre os dois planetas e a construção da Base Galatic World em Marte, que conta com 3 pistas que receberam os carros da Terra e um centro de estudos espaciais.
Segundo os organizadores, a festa de lançamento da ponte aérea contou com a participação de 1 milhão e trezentas mil pessoas vindas de todo o planeta para assistir a decolagem. Quem esteve lá pode aproveitar os shows com os artistas internacionais Black Eyed Peas (Califórnia - EUA), Pearl Jam (Seatle - EUA) e Shakira (Colômbia), além dos Brasileiros do grupo Skank, as cantoras Ana Carolina Ivete Sangalo e o cantor, também passageiro, Roberto Carlos.
 “É uma emoção que não é possível explicar, só tenho agradecer a Deus por estar aqui” – disse Roberto Carlos durante a introdução da canção “Emoções”.
O evento foi mostrado ao vivo em TVs por toda América do Sul, Estados Unidos e Europa, alcançando picos de audiência em vários países. No Brasil, de acordo com os índices de medição, emissoras que mostravam o evento representaram 95% dos televisores ligados em todo o país.
O presidente da NASA, Michael Griffin, disse na coletiva de imprensa, realizada na noite de quinta-feira, 21, que “o Brasil, graças ao avanço do país no núcleo tecnológico e científico, merecia ganhar o direito de marcar o começo destas operações”.
Em carta oficial, a General Motors, fabricante dos Carros Espaciais ao lado da América Airlines, disse que “esse fato inicia as pontes aéreas entre o nosso planeta e Marte. Daqui pra frente, os vôos serão semanais e depois diários, no intuito de habitar por completo o planeta vermelho”.
A pretensão de habitar Marte deve-se ao acordo assinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005, que pretende utilizar o novo planeta como fonte de riquezas naturais para ajudar a salvar a Terra contra o aquecimento Global.
Já existem 250 casas prontas para serem habitadas em Marte. Todos os passageiros desta primeira viagem nacional já possuem uma casa no planeta.
Para adquirir uma residência marciana, o proprietário tem de dispor de US$ 250 milhões de dólares. Os Bancos estatais da Europa, Estados Unidos, China e Brasil financiam a compra em até 15 anos. As viagens são pagas à parte e custam US$ 4 milhões de dólares.
O primeiro a embarcar na nave foi o Rei Pelé, que não concedeu entrevista, mas antes de entrar disse em voz alta que estava muito emocionado e soltou um grito de “Obrigado Brasil”. Pelé foi seguido de Paulo Coelho (que recentemente escreveu o livro Viagens a Lua) e Roberto Carlos. Depois, subiram Celso Amorim, Hillary Clinton, Abílio Diniz e os presidentes Lula e Obama.
Uma contagem regressiva entoada por todos os artistas junto ao público anunciou o momento mais esperado. Pontualmente às 11 horas da manhã de 22 de outubro de 2010 (hora de Brasília), a espaçonave mais conhecida do mundo fez sua primeira decolagem como vôo comercial.
Outro Carro espacial decolou com mantimentos e equipamentos médicos. Os viajantes devem ficar, inicialmente 1 mês em Marte e depois retornar a Terra. Segundo a Nasa, a partir de 2011 os viajantes não terão limites de permanência no planeta.
As naves devem percorrer os 55,7 milhões de quilômetros entre os dois planetas em torno de 16 dias.
Os dois carros espaciais devem aterrissar em Marte às 18 horas do dia sete de novembro, com transmissão ao vivo para todo o planeta. Os tripulantes e passageiros devem voltar a pisar na terra em 15 de dezembro deste ano.
Marcos Ferreira Silva

sábado, 8 de janeiro de 2011

Aromas

Certas coisas nos remetem há anos atrás, nos faz ser nostálgico ao extremo. Hoje me aconteceu uma coisa assim.
Sabe aqueles raros momentos em que temos a essência da família reunida, para alguns, como eu, coisa rara. Sempre vai faltar um, ou muita gente especial. Aquela hora que se pode desfrutar daqueles que estão ali e que em outro tempo também esteve.
Em um final de semana de julho, com a temperatura acima da média, mas com uma noite levemente fria e um céu encoberto de pesadas nuvens - que a metereologia aposta que irão se dissipar até o amanhecer - estava meu irmão  e eu brigando como há dez, quinze, vinte anos atrás, mas agora ele era um pai de família e eu um ‘novo adulto’, com minhas responsabilidades e mazelas à parte.
Dessa vez, ele vinha me reclamar de um pote de creme para barbear vazio e enferrujado que eu insistia em manter, muito bem guardado, no armário do banheiro. Eu, com essa enorme fixação pelos bens materiais inúteis (desculpe, meu Deus) comecei inventar desculpas para mantê-lo lá. Nesse ‘joga fora’ – ‘não, não jogo’ em que nos encontrávamos, uma coisa me chamou a atenção. O cheiro do velho creme de barbear me pausou. Aquele fora o primeiro creme de barbear que usei na vida. Estava no meu primeiro emprego e ganhei um kit com creme e loções de uma médica (trabalhava num hospital).
Veja só, em primeiro lugar, não me lembrava a muito daquela pessoa, muito menos que eu já havia trabalhado num hospital. Mas o que mais me tocou foi lembrar das aventuras daquela época, dos amigos, das enrascadas, das tantas coisas engraçadas e das paixões, ou melhor, da paixão. O calendário pregara uma peça.
Esse inimigo mortal nos engana sempre. Dificilmente percebemos as coisas que aconteceram depois de muito tempo. As datas da folhinha morreram e com elas muitas coisas que nos eram imprescindíveis. Únicas. O tempo sempre faz isso.
E no disse me disse, qual decidíamos o que faríamos com o pobre creme de barbear, preferi esquecer o aroma que pairava com as lembranças e disse:
- Joga fora.
Optei esquecer aquela lembrança junto com o cheiro, e lembrar só dos que estavam ali. Infelizmente as lembranças nunca me trariam o que perdi de volta.
O cheiro foi embora, mas ainda lembro.
 
Marcos Ferreira Silva