sábado, 2 de março de 2013

Eu quero o meu problema só meu!



Algumas vezes nos enxergamos imersos em problemas de gêneros, números e graus que desconhecemos como surgiu e aonde vai dar.
Com o passar dos anos, tenho me convencido de que grande parte dos nossos problemas é formada por coisas que não deveriam sequer povoar nossa mente. Melhor dizendo, criamos mais problemas do que o que realmente temos.
Não sou psicanalista, talvez tenha um lado freudiano de boteco, mas não passa disso. No entanto, quando com a cabeça fria paramos para analisar nossas turbulências, percebemos que o avião não se mexeu em nenhum momento. Na verdade, pela janela das reflexões, notamos que a pobre aeronave nem mesmo alçou vôo.
Quantas vezes aquele assunto medíocre e sem nexo rende brigas em família, afastamento de irmãos, ressentimento entre amigos, calúnia entre colegas e divórcio para casais - que até a última primavera trocavam juras de amor eterno.
O problema do problema inexistente é forçá-lo a existir. Dar-lhe corpo, alma e coração partido, sendo que o melhor a se fazer é enxotá-lo porta a fora.
Vejo pessoas brigando por causa de perfis esquecidos de gente desconhecida na internet; pelo macarrão mal cozido, pelo descuido no trânsito; pelo tom de voz mal interpretado.
Certas horas, a melhor coisa a fazer é segurar a onda da situação para que ele não vire um tsunami fora de hora.
Penso assim porque sempre vamos ter problemas de verdade, coisas que nós, querendo ou não, vamos ter de digerir e sofrer sem escapatória. Quantas doenças, perdas, maldades, necessidades reais.
Problemas estão de montes por aí, então para que criar mais um? Sinceramente eu não sei.
Mas isso não é problema meu. Ou é? Não sei.

Marcos Ferreira Silva

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