segunda-feira, 1 de abril de 2013

A sociedade de alguns poetas vivos

Gritem, então!
Um dia feliz é padecer no paraíso. Outro difícil é morrer um pouco no fim do mundo, cortar os pulsos em pensamento.
Viver, sim. Viver de verdade. Correr o risco. À flor da pele. Amar com a intensidade de uma avalanche, de um declínio de sorrisos.
É ter os sentimentos rentes à carne. Dolorido, mas intenso.
Acordar todo dia para fazer valer, não apenas vagar pelo espaço sem propósito.
É curtir a brisa da noite, com os cabelos dançando ao sabor doce do vento. Gostar das gotas de chuva batendo na pele arrepiada... é amar sentir a água escorrendo pela camada do corpo. Poros bebendo o mar do céu.
É não se acostumar com o que lhe faz mal. Mas é se render às dificuldades de lutar. É não querer desistir e acreditar em chegar do outro lado desse rio.
Simplesmente ter o sorriso guardado para a hora certa.
É dançar, cantar... ler o mesmo poema pela enésima vez o amando mais que na primeira.
É saber que busca no outro a felicidade que só está dentro de si.
É lutar...
Lutar, lutar e lutar.
É odiar a hipocrisia e fazer do papel seu refúgio... das palavras seu abrigo seguro.
Crer em talvez um dia virar a mesa, inverter o jogo.
É brincar com o tempo que é maldoso com os que amam viver para fazer sentido.

Marcos Ferreira Silva

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