domingo, 15 de novembro de 2009

O apagão da Dilma

Há alguns dias o Brasil sofreu um apagão de proporções inimagináveis. Algo do tipo Independence Day tupiniquim da vida real.
Cheguei mais cedo em casa naquele dia. Parecia um milagre; eu chegando cedo e indo direto para o banho. Acho que meu inconsciente estava adivinhando o que estava por vir. Logo ao sair daquela agradável ducha, me dei de cara com nada (não era possível ver um palmo à frente do nariz).
Fiquei pensando naqueles que estavam nas estações e pontos de ônibus, voltando do trabalho e da faculdade, preso nos trens e elevadores da maior cidade da América Latina.
Fiquei admirado quando, da janela, notei que o breu tomava tudo que os olhos (não) conseguiam ver.
Na sede da informação, resgatei o radinho de pilhas de minha mãe e comecei ouvir as notícias que passavam informações de um apagão nacional. Até então ninguém se manifestava. José Serra devia estar tomando sua sopa e se preparando para acessar o Twitter madruga adentro, enquanto tudo acontecia.
CBN, BandNews e Jovem Pan estavam em êxtase cobrindo o caos. Milton Neves dramatizava os fatos enquanto se aproximava de uma Alphaville às escuras. Outros repórteres mandavam informações via celulares de calçadas, coberturas, janelas das salas e de todo lugar imaginável que tivesse imerso nas trevas.
Enfim, tratava-se de um blecaute gigante para martirizar Dilma Roussef , ex-ministra das Minas e energias, e que há duas semanas havia declarado num programa de rádio que o Brasil não corria riscos de um apagão.
Para o Brasil, as coisas andavam boas. Crise financeira mundial sem agravantes, Copa do Mundo, Olimpíadas no Rio e Pré-Sal. Até que, de repente, o Brasil vira de ponta-cabeça. A cidade maravilhosa das Olimpíadas tem sua guerra civil escancarada de vez, com direito a um vergonhoso abatimento de helicóptero militar por “trombadinhas” melhores armados que os da guerra do Iraque. Agora um apagão nacional. Tudo devorado pelo El país, Clarín, Times, The New York times, que começam a questionar o Brasil como sede de grandes eventos esportivos.
A oposição parece que não terá muito trabalho para atrapalhar a candidatura da senhora Dilma. Mesmo com o apoio político do presidente Lula, que parece passar por mais essa crise assoviando com seus altos índices de aprovação, Dilma vê-se num misto de acontecimentos que querem derrubar Lula e o Brasil, mas a única que cai é ela.
Observação: O Lula ainda é o político mais popular da terra, mas a Dilma não é a candidata mais popular, nem de longe.
Marcos Ferreira Silva

3 comentários:

  1. Gostei deste espaço..
    Continue escrevendo, estarei por aqui.
    Abraço!

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  2. Que sensacionalismo Marcola, o problema é que somos dependentes de geração de energia totalmente centralizadas nas hidroelétricas,a matriz energética deveria ser ampliada, descentralizada e usar a energia solar, eólica e etc...

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