segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Hebe e seus eternos amigos

O falecimento da primeira dama da TV Brasileira pegou todos de surpresa. Mesmo doente, no alto de seus 83 anos, isso não fazia da apresentadora um ser vulnerável e nem habitante dos mórbidos pensamentos da morte, pois suas palavras de ânimo e fé lhe davam um ar de eterna. Mas nada é para sempre.
Hebe nos deixou, mas mesmo após a passagem foi novamente pioneira. Quebrou os paradigmas das emissoras de TV – baseados nos tais contratos de exclusividade. Lá estava a loira no seu querido SBT, na sua errada RedeTV, nas adversas Record, Band e Gazeta. Além da orgulhosa Rede Globo.
Em meio às emocionantes homenagens dos principais canais de TV do país, todos queriam falar da Dama do Sofá. Eram relatos verdadeiros, quebras de pautas reais e, em nenhum momento – como de costume – notei o triste teatro pela audiência. Estavam todos querendo contar um pouco daquela história e falar da honra de ter tido tantas vezes na telinha a pessoa Hebe Camargo.
Famosos se aglutinavam nos telefonemas transmitidos ao vivo. Sem hipocrisia, mas sim tristes pela despedida. Ronnie Von, Lolita Rodrigues, Jô Soares, Carlos Alberto de Nóbrega, Serginho Groisman, Celso Portiolli e tantos outros. No velório, as fotos em todos os sites de notícias mostravam figuras reservadas saindo de seus mundos para a despedida.
Roberto Carlos e Silvio Santos, sem dúvidas, eram os mais aguardados. Mas estava lá também uma multidão da classe artística que não precisa de mídia para se promover. Marcavam presença por causa da inspiração que se ia, da amiga qual tinham de dizer adeus. Ou até mais!
Depois os populares surgiram com declarações de amor para a matriarca do bom papo, além de histórias inusitadas e de solidariedade. Cada um tinha algo para dizer sobre Hebe. Mas o que soava é que a mulher era mais forte que a estrela.
Uma semana depois, sua missa de sétimo dia contava com a presença de nomes como Roberto Justus, Xuxa, o duvidoso Paulo Maluf, Ivete Sangalo Adriane Galisteu, novamente Roberto Carlos e Agnaldo Rayol. Era uma gente que chorava, alguns até soluçavam. Nomes que não precisam de mais mídia, nem acalorar tragédias para aparecer. Sofriam pela amiga, somente.
Hebe parecia ser para sempre. Seu legado para a cultura brasileira ficará marcado pelos livros que ainda serão escritos e por ‘revivals’ televisivos. Mas, certo mesmo, é que a rainha não deixou súditos, mas amigos que serão eternos.
Veja uma linda homenagem feita pelo programa Comédia MTV – que tinha em um de seus principais quadros uma esquete sobre a apresentadora.

Marcos Ferreira Silva

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