quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Carta aberta ao Kenosis


Nos últimos dias “eu vi o meu passado passar por mim”, como no verso de Hebert Vianna. Desde que os encontrei fiquei pensando em como seria bom ter tudo de volta.
Os céticos dizem e enfatizam que nada será como antes. As coisas mudam meu caro, as pessoas mudam, você muda. Eu penso: que bom!
Quando ouvi de meu amigo que ali, naquele grupo, estava o fator de mudança de nossas vidas, percebi, mais do que nunca, a importância de estarmos unidos. É impossível negar isso. A fase mais importante da nossa vida foi compartilhada por cada um de nós. Enquanto varávamos a noite fazendo o nosso som, vivíamos nossos conflitos, brigávamos por causa da nossa impulsividade juvenil.
Um bando de adolescentes que nem sabia o que era viver, acabaram por tomar para si uma responsabilidade de levar a mensagem de Deus para as pessoas. E como foi bom aprender as coisas da vida ao lado de vocês. Entre pizzas, pipocas e atrás de um pedaço de bolo, Deus se fazia presente. Aquela molecada que éramos riu muito de tudo, chorou unida e fez a coisa que mais gostava: música.
E não era apenas música. Vamos e convenhamos, era boa música. A cada nota, a cada acorde, a cada tom, nas divisões de vozes, nas improvisações se via nascer um celeiro de jovens talentos, na qual podíamos mergulhar e se perder no prazer imensurável do som que ofereceríamos aos outros.
Foram tantos aprendizados, tanta gente que cruzou nosso caminho. Não foram apenas pedras que encontramos, mas coisas boas também. Pessoas dispostas a nos ajudar a crescer como gente. Seria injusto citar nomes, mas em nossa memória está cada um deles. Com as broncas, os elogios, os conselhos. Tudo que nos ajudou a seguir em frente e querer mais.
Das tantas lições que aprendi com vocês, a mais importante foi saber que grandes amigos nunca se perdem. Nem com a distância geográfica, nem com o tempo, nem com as brigas. As verdadeiras amizades nunca acabam.
O fruto da nossa amizade é a força que carregamos. O filho de tudo isso é a nossa música que não pode silenciar.
Estamos em nossa essência novamente, voltando a ser o que sempre fomos, ou melhor, voltando a viver a nossa missão, aquilo guardado dentro de cada um de nós, que nunca morreu, apenas descansou para os olhos (ou ouvidos) dos outros, mas sempre soubemos que estava ali, intacto, pronto para voltar.
O que posso dizer a vocês, meus caríssimos amigos é: obrigado!
E vamos trabalhar para tomar o que sempre nos pertenceu!
"Eis que o inverno passou, cessaram e desapareceram as chuvas. Apareceram as flores na nossa terra, voltou o tempo das canções". Can 2, 11-12
Marcos Ferreira Silva

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